Fundo investigado por ligação com o PCC recebeu investimentos da Prefeitura de Campos na gestão Rosinha

Um dos alvos da Operação Carbono Oculto, que investiga, entre outros crimes, esquema de lavagem de dinheiro sob comando do Primeiro Comando da Capital (PCC), o grupo Comanche foi condenado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por fraude no mercado de capitais, em decisão ratificada neste ano, em segunda instância, pelo Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN).

Segundo o jornalista Tácio Lorran, do jornal Metrópoles, entre junho e outubro de 2010 o fundo captou R$ 45 milhões de investidores, incluindo fundos de pensão estatais e a Prefeitura de Campos dos Goytacazes. De acordo com a apuração da CVM, esses recursos não foram utilizados para a finalidade declarada, mas sim desviados para capitalizar as próprias empresas do Grupo Comanche e beneficiar terceiros envolvidos na estruturação do fundo. A manobra resultou na perda quase integral do valor investido pelos cotistas.

Neste período, a prefeita de Campos era Rosinha Garotinho, que estava no seu primeiro mandato. Em contato com a reportagem do Manchete RJ, Rosinha afirmou não ter conhecimento desses investimentos. Confira a resposta na íntegra:

“Não tenho conhecimento. Se houve investimento deve ter sido do PREVICAMPOS que é o fundo dos funcionários e tem independência para aplicar seus recursos depois de aprovado pelo Conselho do FUNDO. Isso não passa pela Prefeitura”, disse.

Entenda investigação da Carbono Oculto contra a Comanche

Segundo a investigação da Operação Carbono, a usina Comanche foi uma das que “demonstraram aproximação com o grupo criminoso, com conexões financeiras e operacionais”. “Os líderes Mohamad Hussein Mourad e Roberto Augusto Leme da Silva utilizam pessoas interpostas e ‘shell companies’ para ocultar as reais posições societárias das empresas em toda a cadeia de produção e comercialização de combustíveis, incluindo as usinas. A organização criminosa utiliza as usinas para cometer fraudes fiscais estruturadas e lavagem de capitais”, aponta o Ministério Público.

Ainda de acordo com a decisão que autorizou a operação, a Comanche Biocombustíveis de Santa Anita Ltda “é indicada entidade chave na investigação principalmente por sua atuação no ecossistema das Usinas Sucroalcooleiras e sua forte conexão com o Grupo Mohamad na cadeia de produção e comercialização de combustíveis”.

*Com informações do Metrópoles