ultras de Milan e Inter são condenados por organização criminosa e assassinato

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Os crimes envolveram atividades em torno do icônico estádio San Siro em dias de jogos, desde venda de ingressos até controle de estacionamento, vendas em barracas de concessão e recebimento de pagamentos de pessoas sem ingressos para liberar sua entrada no estádio.

Andrea Beretta foi uma das três pessoas que receberam a sentença mais severa. O ex-líder do Inter ultra foi considerado culpado de conspiração criminosa agravada por métodos mafiosos e do assassinato de outro importante membro do Inter ultra e mafioso Antonio Bellocco.

Beretta se tornou testemunha do estado após esfaquear Bellocco até a morte durante uma altercação do lado de fora de uma academia de boxe em um subúrbio de Milão, semanas antes da prisão em setembro de 19 importantes atletas do Inter e do Milan.

O assassinato de Bellocco foi especialmente chocante devido ao seu status como descendente de uma família da máfia ‘Ndrangheta, da região da Calábria, no sul da Itália, que leva seu sobrenome. Beretta também foi uma das seis pessoas presas em abril pelo assassinato do notório ultra criminoso profissional Vittorio Boiocchi em outubro de 2022.

Ele assumiu o controle da seção “Curva Nord” do San Siro de Boiocchi, que foi morto a tiros do lado de fora de sua casa aos 69 anos, como parte de uma disputa de poder entre facções rivais. Beretta e Marco Ferdico — condenados a oito anos — usaram as conexões de Bellocco com a ‘Ndrangheta para afastar os hooligans mais tradicionais do futebol, ligados à política de extrema-direita, que estavam tentando alcançar o topo entre os ultras da Inter.

O principal torcedor ultra do Milan, Luca Lucci, também foi condenado a 10 anos de prisão por conspiração criminosa e planejamento, em 2019, da tentativa de assassinato de um ultra rival, Enzo Anghinelli. Seu braço direito, Daniele Cataldo, considerado o homem que executou o ataque a Anghinelli, recebeu a mesma pena de prisão.

O julgamento rápido, conhecido como “rito abbreviato”, é um procedimento legal no direito italiano em que os réus são julgados com base em evidências apresentadas pelos promotores, sem que essas evidências sejam debatidas pelas equipes jurídicas.

O procedimento permite que os julgamentos sejam concluídos em um espaço de tempo muito menor do que os anos que leva o processo judicial comum, pelo qual as três pessoas restantes presas em setembro começaram seu julgamento em fevereiro.