Em meio a críticas do agro por pacote do IOF, Congresso derruba veto e afasta cobrança de IVA sobre fundos de investimento

Decisão garante isenção de novos impostos sobre consumo a Fundos de Investimento do Agronegócio e (Fiagros) e Fundos Imobiliários (FIIs). Governo deve enviar proposta que delimita quais fundos são isentos. Sessão conjunta do Congresso Nacional, em março de 2025 Vinicius




Decisão garante isenção de novos impostos sobre consumo a Fundos de Investimento do Agronegócio e (Fiagros) e Fundos Imobiliários (FIIs). Governo deve enviar proposta que delimita quais fundos são isentos. Sessão conjunta do Congresso Nacional, em março de 2025
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
O Congresso Nacional derrubou, em sessão conjunta nesta terça-feira (17), um veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que permitiria a cobrança dos novos impostos sobre consumo em fundos de investimento.
A derrubada da medida foi acordada pelo governo junto à bancada do agronegócio. A decisão se consolidou em meio às críticas de parlamentares ao pacote anunciado pelo Planalto para substituir o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A rejeição do veto, aprovada pela Câmara e pelo Senado, retoma a isenção de cobrança dos novos Impostos sobre Valor Agregado (IVAs), criados pela reforma tributária, a Fundos de Investimento do Agronegócio e (Fiagros) e Fundos Imobiliários (FIIs).
Isso significa que esses investimentos não poderão ser tributados pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e pela Contribuição Sobre Bens e Serviços (CBS).
Veto de Lula
O veto de Lula à isenção havia sido enviado ao Congresso em janeiro deste ano, junto à sanção da principal proposta de regulamentação da reforma tributária. O argumento utilizado pelo petista foi de que a medida era inconstitucional.
Ao longo dos últimos meses, a bancada do agronegócio se reuniu com representantes do Planalto e defendeu que a decisão tinha “potencial de elevar os juros, restringir o crédito e desacelerar setores que são motores do crescimento econômico”.
Para a Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), a taxação dos fundos comprometeria a “competitividade, aumentaria os custos para produtores e afetaria a oferta de crédito”.
Segundo parlamentares, o acordo para a rejeição do veto prevê que o governo enviará, nos próximos dias, um projeto ao Congresso para delimitar quais fundos de investimento serão isentos dos novos IVAs.
Por que o IOF virou uma queda de braço entre governo e Congresso?
A derrubada do veto e a retomada da isenção só foi consolidada, no entanto, nas últimas semanas, em meio às críticas do setor ao pacote do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para compensar a alta do IOF.
Entre outros pontos, o agro e setores da Câmara se voltaram contra o Planalto em razão de uma medida do pacote que prevê a tributação das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) — hoje isentas.
Pela proposta do governo, esses investimentos passariam a ser taxados com uma alíquota de 5%. O pacote também prevê alteração na tributação sobre os Fiagros e FIIs.
Segundo Haddad, o pacote criticado pelo Congresso compensará uma “recalibragem” e substituirá parcialmente o potencial arrecadatório da alta do IOF, que havia sido definida pelo governo no último mês.



Conteúdo Original

Posts Recentes

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE