Os protestos em Los Angeles contra o presidente Donald Trump, no sábado, foram interrompidos pela polícia local, que acusou alguns manifestantes de atacarem os agentes com pedras, garrafas e fogos de artifício. Apesar disso, boa parte da manifestação foi pacífica, com músicas, balões e faixas em apoio a minorias, como imigrantes e pessoas LGBTQ+.
Os protestos, que também aconteceram simultaneamente em outras cidades, foram apelidados de “Sem Reis”. Segundo a imprensa local, o movimento de opositores a Trump foi de longe o maior em mais de uma semana de manifestações contra as decisões anti-imigração do governo.
A marcha começou pela manhã e terminou à tarde, quando os manifestantes se reuniram nas ruas em um clima que muito lembrava o de festivais. A intervenção policial aconteceu repentinamente, com a dispersão forçada das pessoas, pegas de surpresa e ficaram perdidas sobre qual caminho percorrerem para sair da confusão.
Para a expulsão, agentes usaram gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral horas antes do toque de recolher noturno da cidade, que começou às 20h (0h no horário de Brasília). À KTLA, televisão local, uma porta-voz da polícia justificou a ação afirmando que um “pequeno grupo de manifestantes” começou a atirar pedras, garrafas e fogos de artifício contra os policiais, o que levou à decisão de ordenar a dispersão da multidão. Se as pessoas se recusarem a sair, “as prenderemos”, disse ela. “Temos sido pacientes o dia todo”, acrescentou.
Com a justificativa desses momentos mais conturbados, o presidente Trump enviou 4 mil soldados da Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais às manifestações, uma mobilização militar extremamente incomum em solo americano e contrária às autoridades locais. No entanto, não há registro de que eles tenham participado das dispersões em Los Angeles.
“Não ao falso rei Trump”
Os manifestantes percorreram as ruas da cidade acompanhados por um balão laranja gigante que representa Trump como um bebê de fraldas. Além disso, seguravam uma faixa grande com a frase “Não ao falso rei Trump” e pediam por impeachment.
As pessoas agitavam bandeiras, a maioria americanas, algumas invertidas em protesto, mas também emblemas do México, El Salvador, Coreia do Sul, Palestina, Califórnia e a bandeira LGBTQIA+.
— Esta não é uma zona de guerra — disse a manifestante Jennifer Franks, carregando seu filho pequeno nos braços, em frente à prefeitura no início do dia:
— Não há motivo para os militares serem chamados aqui… Quero que meu filho cresça em um país onde o bom senso prevaleça — concluiu.
2025-06-15 12:11:00