Castro diz que, ‘se houve’ vazamento de operação na Rocinha, foi pela polícia do Ceará; vídeo mostra fuga de traficantes na mata

‘Jogavam futebol com cabeças de inimigos’: diz procurador-geral da Justiça sobre facção do Ceará escondida na Rocinha Investigação: ‘Mais de mil homicídios ordenados do Rio por criminosos do Ceará escondidos na Rocinha’, diz chefe do MPRJ Questionado sobre um possível


  • ‘Jogavam futebol com cabeças de inimigos’: diz procurador-geral da Justiça sobre facção do Ceará escondida na Rocinha
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Questionado sobre um possível vazamento de informações da operação, ele respondeu:

“Se houve, com certeza foi do pessoal da polícia de lá. Daqui, a gente tem a tranquilidade de ter os nossos dados muito compartimentados. É óbvio que como é uma investigação de lá, tudo foi compartilhado com o Ceará. Eu acho que tem que haver uma investigação, sim, de quem cedeu essas imagens. Porque quem cede para o jornalista, pode ter cedido para pessoas que não deveriam ter acesso àquelas imagens”, disse Castro ao g1 nesta manhã, em um evento em que entregou novas viaturas semiblindadas da Polícia Militar.

As imagens foram publicadas pela jornalista Vera Araújo, do GLOBO, no blog Segredos do crime, na tarde desta quarta-feira. A gravação, feita do alto, mostra cerca de 400 traficantes do Comando Vermelho (CV), entre eles alguns vindos do Ceará, fortemente armados e em fuga pela mata.

Dezenas de bandidos do CV do Ceará e do Rio com fuzil fogem pela mata em operação do Bope

O vídeo revela o poderio bélico e a formação militar dos traficantes. Segundo um dos promotores do Gaeco do Ceará, é possível que eles recebam treinamento dos criminosos da Rocinha, até para saberem os caminhos que vão percorrer na mata, por trás da comunidade. Pela floresta, os bandidos podem chegar a áreas nobres da Zona Sul, como a Gávea, o Jardim Botânico e outros bairros da região.

  • Veja fotos: Com piscinas aquecidas e área gourmet, mansão na Rocinha escondia criminosos cearenses do Comando Vermelho

Segundo Castro, a fuga se deu numa estratégia da polícia que, “empurrando criminosos”, pôde “evitar uma guerra”.

“Eles estavam numa área extremamente urbana. Nós tivemos o maior cuidado, isso advém sobretudo depois da ADPF (635, conhecida como a ADPF das Favelas, com regras para a realização de operações policiais). Nós tomamos um cuidado de não ser um dia de ter aula, de não ser horário que as pessoas estivessem nas ruas e também de não virar uma guerra urbana dentro da Rocinha. Se você olhar bem a estratégia, a polícia foi empurrando eles para a mata”, disse o governador no evento desta manhã.

Como foi a operação na Rocinha

A Secretaria de Estado de Polícia Militar empregou 400 policiais do Bope e de outras unidades para garantir a ação, monitorada por drones e helicópteros que enviavam imagens ao Quartel-General da PM, no Centro, no último sábado (31). De lá, além dos promotores de Justiça e chefes das secretarias de segurança dos dois estados, o governador Cláudio Castro monitorava o trabalho policial, até o momento em que os criminosos fugiram para a mata, onde houve troca de tiros.

A investigação é resultado de um trabalho conjunto dos Grupos de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) dos dois estados. A ação foi deflagrada nas primeiras horas da manhã do sábado pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio (CSI/MPRJ), que mobilizou cerca de 80 agentes das tropas especializadas, com o objetivo de cumprir 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão, além do apoio do Bope.

Apesar do baixo número de prisões, a ação cumpriu parte de seu objetivo: além de expor o poderio bélico dos criminosos, revelou a necessidade de reforço das tropas de elite no local. Também foram encontradas duas mansões de chefes do tráfico do Ceará, além de dois prédios que serviam de alojamento para seus “seguranças”.

O imóvel, que contava com uma academia equipada com aparelhos novos e um deck panorâmico com duas piscinas aquecidas, seria de propriedade do traficante cearense Anastácio Paiva Pereira, conhecido como Doze ou Paizão. Ele é um dos chefes de uma facção que controla o tráfico de drogas na cidade de Santa Quitéria, no interior do Ceará.



Conteúdo Original

2025-06-05 13:35:00

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