No último fim de semana, familiares e amigos de Marlon Brandon Coelho, o MC Poze, vieram a público para demonstrar insatisfação com a atuação de investigadores da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, que resultou na prisão do artista carioca na última quinta-feira. Ele é acusado de apologia ao crime e envolvimento com o tráfico de drogas. Além disso, o cantor também é investigado por tortura e cárcere privado, após um ex-funcionário afirmar ter sido agredido e mantido preso depois de ser acusado de furto na casa do artista, na Zona Oeste do Rio.
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Desde então, fãs do Poze têm feito vigília em frente ao presídio onde ele está detido, em Bangu, na Zona Oeste, aguardando sua soltura. Se as manifestações surtiram efeito, ninguém sabe ao certo, mas o Tribunal de Justiça do Rio concedeu, nesta segunda-feira, um habeas corpus ao cantor. A expectativa é que ele seja liberto ainda nesta terça. Agora, no entanto, é sua esposa, a influenciadora Viviane Noronha, quem virou alvo de uma investigação por calúnia.
Em vídeos publicados nas redes sociais, Viviane expressou indignação com a suposta falta de transparência na condução da operação, questionando, inclusive, o paradeiro das joias apreendidas.
“Achou o ouro, acabou a operação? Estranho, né!? E quero saber por que os ouros que sumiram não apareceram”, disse ela em uma das postagens.
Mesmo com uma legião de fãs e mais de 15 milhões de seguidores no Instagram — muitos dos quais acompanharam a vigília em frente à Penitenciária Dr. Serrano Neves, em Bangu 3, onde Poze segue preso —, o artista e sua esposa acumulam um histórico de polêmicas ligadas a investigações policiais.
A primeira vez que MC Poze ganhou notoriedade fora dos palcos foi em 2019, quando foi preso após se apresentar em um baile funk na Cidade Sorriso, no Mato Grosso. Na ocasião, Poze e outro organizador do evento chegaram a deixar o local durante a abordagem policial, mas acabaram detidos em um hotel da cidade. Eles foram presos por tráfico de drogas, associação ao tráfico, incitação ao crime, apologia ao crime, corrupção de menores e por fornecer bebida alcoólica a menores.
Poze foi flagrado com porções de drogas e frascos de lança-perfume. Além dele, outros 42 adolescentes foram encaminhados ao Conselho Tutelar.
Rifas ilegais e lavagem de dinheiro
Uma operação da Polícia Civil deflagrada nesta terça-feira tenta desarticular núcleo financeiro do Comando Vermelho, responsável pela lavagem de mais de R$ 250 milhões. Os valores são oriundos do tráfico de drogas e da aquisição de armamentos de uso restrito, afirma a corporação. Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. Entre os investigados estão a influencer Viviane Noronha e o egípcio Mohamed Ahmed Elsayed Ahmed Ibrahim com histórico relevante no sistema financeiro informal ligado à facção e procurado pelo FBI por suspeita de atuar como operador de valores para a Al-Qaeda, conforme dados de cooperação internacional.
Em novembro do ano passado, a esposa do MC Poze — dona da marca de cosméticos My Moment, voltada para produtos capilares — também foi alvo da Operação Rifa Limpa, da Polícia Civil do Rio de Janeiro. A ação mirava sorteios ilegais promovidos nas redes sociais.
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Viviane, que divulgava rifas em seu perfil, teve a casa revistada por agentes que cumpriam mandados de busca e apreensão. O objetivo era recolher documentos que comprovassem fraudes na realização dos sorteios e na entrega dos prêmios aos supostos vencedores. Foram apreendidos carros, celulares, tablets, porta-joias, radiotransmissores e diversas joias. A influenciadora, no entanto, não foi presa.
Já em abril deste ano, após a devolução de parte dos bens dela e do cantor, Poze usou as redes sociais para denunciar que nem todas as joias apreendidas haviam sido devolvidas. Embora também investigado no inquérito, ele não era o alvo principal da operação de novembro.
A investigação apontava que os suspeitos usavam resultados da Loteria Federal como referência para os sorteios, o que conferia uma aparência de credibilidade e legalidade. Porém, não havia nenhum processo oficial de auditoria para verificar o real ganhador. As rifas eram feitas por meio de um aplicativo customizado, com indícios de fraude, o que tornava a prática ilegal.
2025-06-03 11:07:00