Disputa por voto evangélico esquenta corrida ao governo do Rio em 2026

Com informações do Tempo Real. Mais de 30% da população fluminense se declara evangélica — e esse eleitorado virou alvo prioritário dos pré-candidatos ao governo do Rio em 2026. Segundo levantamento da Mar Asset Management, até a eleição, os evangélicos



Com informações do Tempo Real. Mais de 30% da população fluminense se declara evangélica — e esse eleitorado virou alvo prioritário dos pré-candidatos ao governo do Rio em 2026. Segundo levantamento da Mar Asset Management, até a eleição, os evangélicos representarão 36% da população brasileira, com projeção de superar os católicos até 2030. O dado já acendeu o alerta entre os principais nomes na disputa.

Eduardo Paes (PSD) tem buscado o apoio desse público com medidas simbólicas e investimentos. Em 2025, patrocinou com R$ 1,9 milhão a Marcha para Jesus e destinou R$ 350 mil para o “JA de Verão”, da Igreja Adventista. Também anunciou o centro temático evangélico “A Terra Prometida”, em Santa Cruz, e incluiu um palco gospel no réveillon de Copacabana. Mesmo com essas ações, especialistas consideram que Paes enfrenta dificuldade para consolidar esse apoio em uma eleição majoritária, onde o fator ideológico pesa mais.

Do outro lado, Rodrigo Bacellar (União), presidente da Alerj, se movimenta com o apoio do governador Cláudio Castro e do PL — partido com forte identificação com o eleitorado evangélico desde a eleição de Jair Bolsonaro. Bacellar ainda não fez acenos explícitos, mas ganha força entre as igrejas pelo histórico político e pelo campo que representa. Apesar disso, Silas Malafaia, principal liderança do segmento no estado, ainda resiste à sua candidatura.

Washington Reis (MDB), ex-prefeito de Caxias e atual secretário de Transportes, também se coloca no jogo. Com presença garantida na Marcha para Jesus e apoio declarado de Malafaia, Reis surge como possível nome da ala evangélica, mas segue inelegível por decisão do STF e cogita candidatura ao Senado.

No plano partidário, a federação União Brasil–PP, com Bacellar e Wladimir Garotinho, deve se posicionar à direita de Paes. MDB, Republicanos, Podemos e Solidariedade seguem fora da federação, mais abertos a negociação. Especialistas alertam que o voto evangélico não é comandado por um líder único, mas por valores. Pautas como defesa da família, da igreja e oposição à esquerda seguem sendo decisivas.

De acordo com a professora Mayra Goulart (UFRJ), Bacellar pode se beneficiar de uma aliança direta com esse campo ideológico, especialmente se conseguir costurar apoio com Malafaia e alas do PP. O professor Brand Arenari (UFF) completa: “Paes não é a candidatura natural do segmento. Bacellar, pela trajetória e pelo partido, está mais alinhado aos valores evangélicos.”

A eleição ainda está longe, mas os palanques já estão sendo montados — com o púlpito no centro.



Conteúdo Original

2025-06-02 12:19:00

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