Os protagonistas de “Pablo e Luísão” investem no jeitinho brasileiro sem nunca encarnarem a malandragem, pois, assim como a imensa maioria das classes C, D e E, eles querem uma vida mais digna para a família, um traço altamente identificável. É impossível não simpatizar e empatizar por Pablo (Otávio Muller), Luisão (Ailton Graça) e Conceição (Dira Paes), que demonstram total sintonia em cena e arrancam gargalhadas sem grandes esforços.
Um mérito de “Pablo e Luísão” é a narração e a presença de Paulo Vieira ao longo das cenas. Ele serve como uma espécie de vetor para levar o público para dentro da história. Esse recurso nos lembra de algum modo o extinto e muito divertido Retrato Falado, quadro estrelado por Denise Fraga nos anos 2000 no Fantástico, além disso, a presença dos verdadeiros Pablo, Luisão e Conceição no fim dos episódios ajudam a criar um vínculo afetivo ainda maior entre os espectadores e a série.
Escrita por Paulo Vieira, Bia Braune, Caito Mainier, Muarício Rizzo, Nathalia Cruz e Patrick Sonata, “Pablo e Luisão” é uma ótima opção para quem busca um escape para o peso do cotidiano. Desde o fim de “A Grande Família”, em 2014, e de “Tapas e Beijos”, em 2015, não tínhamos um produto com tanta capacidade de se comunicar com as massas. Engraçada e sensível, a série tem potencial para reerguer o humor da TV aberta e fazer os profissionais do audiovisual se atentarem ao básico: a base da comédia é a graça e não a lacração.
2025-05-27 05:30:00
