Em cerca de um ano quatro empresas receberam mais de R$ 11 milhões, segundo investigação; sócios e funcionários são alvos A Polícia Civil do Rio deflagrou, nesta sexta-feira, uma operação que mira uma quadrilha especializada em cobrar resgate para devolver veículos roubados e furtados. De acordo com as investigações, em um ano quatro empresas receberam mais de R$ 11 milhões. São alvos das equipes da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) sócios e funcionários dos empreendimentos investigados, contra quem foram expedidos mandados de busca e apreensão. A ação é no âmbito da Operação Torniquete.
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A investigação revelou que empresas recuperadoras de veículos — conhecidas como “pronta resposta” ou “pronto emprego” — contratadas por associações e cooperativas negociavam diretamente com assaltantes, traficantes e receptadores o pagamento do resgate para a devolução dos automóveis. O objetivo desse esquema, de acordo com a polícia, é evitar que as associações e cooperativas precisem indenizar seus clientes com base na tabela Fipe.
Ainda de acordo com a investigação, foi possível comprovar que esse tipo de crime provocou um aumento do número de roubos de veículos ocorridos no segundo semestre do ano passado e nos dois primeiros meses deste ano em todo o Estado do Rio, principalmente na capital e na Baixada Fluminense.
A Polícia Civil afirma que só pelas quatro empresas investigadas mais de 1.600 veículos foram recuperados. Os valores recebidos por alguns desses empreendimentos chegam a quase R$ 1 milhão por mês. De acordo com a investigação, chama a atenção também curto espaço de tempo entre a data do roubo e a data da recuperação do veículo: em média, leva apenas quatro dias.
Na operação desta sexta, as equipes visam a apreender celulares, computadores e documentos que comprovem a participação de suspeitos no esquema. Além disso, os policiais querem identificar os responsáveis pelas negociações de resgate dos veículos.
Como funciona o esquema
De acordo com a investigação, o esquema funciona da seguinte forma: quando um veículo protegido por uma associação ou cooperativa é roubado, os funcionários dessas empresas de “pronta resposta” entram em contato diretamente com traficantes ou assaltantes para negociar a devolução. Esse contato, muitas vezes, é feito em comunidades dominadas por facções. Em média, são pagos cerca de R$ 6 mil por veículo recuperado, sendo que boa desse valor fica a empresa, segundo a apuração policial.
Conteúdo Original
2025-05-23 07:40:00