Bonin teve o corpo encontrado na segunda-feira (28) em um terreno na Zona Sul da cidade com sinais de estrangulamento. Ela saiu de casa, no bairro do Jaguaré, por volta das 19h da véspera, após receber uma ligação da ex-esposa pedindo ajuda com um carro quebrado. O veículo de Fazio será periciado, segundo informações do Estadão, para ver se teve problemas na caixa de câmbio, conforme ela relatou à polícia. De acordo apuração do jornal, os investigadores viram inconsistências no depoimento inicial da ex-companheira.
Bonin e Fazio foram casadas por oito anos. As duas tinham duas filhas e, segundo o relato de Fazio à polícia, estavam separadas e em processo de reconciliação. No depoimento dessa sexta, Fazio voltou a detalhar o chamado de ajuda feito à ex-companheira na noite do crime.
Bonin foi filmada saindo do edifício onde morava, mas nunca chegou à Avenida Jaguaré, onde a ex-companheira afirmava precisar de ajuda com o carro quebrado. Fazio disse para a polícia que o carro teria voltado a funcionar e que reportou o sumiço da professora no dia seguinte, após a vítima não comparecer ao trabalho. O carro da vítima, uma Hyundai Tucson, ainda não foi localizado.
Segundo o g1, o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) acionou o grupo de Perfilamento Criminal para atuar na investigação. A equipe usa técnicas de análise comportamental para auxiliar na identificação da autoria do crime e também estuda o perfil da vítima. O grupo conta com profissionais especializados, delegados, psicólogos e peritos.
Bonin foi encontrada morta em um terreno baldio na Avenida João Paulo da Silva, perto de Interlagos. Ela estava vestida e tinha sinais de estrangulamento no pescoço.
A Secretaria de Segurança Pública informa, em nota, que “a companheira e o pai da vítima já foram ouvidos pela autoridade policial”. As investigações sobre o caso seguem sob sigilo no DHPP. “As equipes da unidade seguem empenhadas na análise de imagens que possam contribuir para o esclarecimento dos fatos e para identificação da autoria do crime”, informa a pasta.
O veículo de Fernanda Fazio, que teria quebrado no dia em que Bonin desapareceu, vai ser periciado pela Polícia Civil, de acordo com informações do Estadão. Fazio disse que o carro teve um problema na caixa de câmbio, e, por isso, teria ligado para a professora, pedindo que ela a buscasse na Avenida Jaguaré. O carro teria voltado a funcionar e a professora nunca chegou ao local onde estaria a ex-companheira.
Bonin era professora de matemática e dava aula na Beacon School, uma escola particular de alto padrão na capital paulista. Era formada na USP e especializada em necessidades especiais na educação pela Universidade MacEwan, do Canadá. Foi velada e sepultada na manhã de quarta no Memorial Jardim, em Santo André.
Em nota, a Beacon School afirmou que “está extremamente comovida com a notícia sobre o falecimento da querida professora” e que ela “marcou profundamente a vida de muitos estudantes e colegas com sua dedicação, gentileza e compromisso com a educação, e deixará muita saudade”.
Nos últimos meses, outras mulheres foram encontradas mortas na capital e na Região Metropolitana de São Paulo. Em 27 de fevereiro, a jovem Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, foi morta quando voltava do trabalho, em Cajamar.
O Ministério Público denunciou Maicol Santos, de 23 anos, pelos crimes de feminicídio, sequestro qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. Segundo as investigações, ele stalkeava a vítima nas redes sociais antes de cometer o crime. Em sua confissão, disse que matou Vitória porque eles teriam tido um relacionamento no passado, mas a jovem estaria ameaçando contar a suposta traição à esposa dele. A versão é contestada por amigos e familiares da menina.
Já neste mês, uma estudante da USP foi encontrada morta na Zona Leste de São Paulo. Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, sumiu após sair da estação Corinthians-Itaquera, da Linha 3 (Vermelha) do Metrô, quando voltava para casa. Ela desapareceu no dia 13 de abril e seu corpo foi encontrado no dia 16, em um estacionamento, seminu e com marcas de agressão. Imagens de câmeras de segurança mostraram que ela foi seguida por um homem após sair do metrô.
A polícia concluiu que o principal suspeito pela morte de Bruno foi um homem chamado Esteliano José Madureira, de 43 anos. Um dia após a divulgação de sua identidade, o homem foi encontrado morto na Avenida Morumbi, a cerca de 30 quilômetros de onde ocorreu o crime contra a jovem, em Itaquera. O corpo dele tinha cerca de dez perfurações, ou de faca ou de espada, segundo a polícia.
O delegado Rogério Thomaz, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), apontou o tribunal do crime do Primeiro Comando da Capital (PCC) como a principal linha de investigação para a morte de Madureira.
2025-05-03 10:25:00