Legislação branda e silêncio cúmplice
Mais uma vez, a combinação de leis penais frágeis e a omissão seletiva da militância de esquerda diante da violência urbana expõe a tragédia brasileira: quando o agressor é bandido, o discurso de “direitos humanos” desaparece. A vítima, uma mulher negra, foi brutalmente assassinada em plena manhã de Natal, dentro de um ônibus do BRT, na Zona Norte do Rio. O caso escancara como a impunidade alimenta a criminalidade e deixa cidadãos indefesos.
O crime em Bonsucesso
Na manhã de quinta-feira (25), câmeras de segurança registraram três criminosos invadindo a estação Rubem Vaz sem pagar passagem e entrando no ônibus da linha 60 (Deodoro x Gentileza). A Rede Globo divulgou o vídeo. Em poucos minutos, espalharam-se entre os passageiros e iniciaram o assalto. Um deles, armado com faca, ameaçou uma passageira; outro rendeu um homem que tentou reagir, gerando tumulto.
Priscilla da Silva Almeida, 35 anos, estava no fundo do coletivo. Os criminosos roubaram sua bolsa e, ao descer na plataforma, ela tentou recuperar o objeto. Nesse momento, foi atingida por um golpe de faca no peito. Gravemente ferida, voltou ao ônibus pedindo socorro. Levada ao Hospital Salgado Filho, no Méier, não resistiu.
Outro passageiro também foi ferido durante a ação criminosa, mas sobreviveu. O estado de saúde não foi divulgado.
A investigação
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) assumiu o caso e analisa as imagens para identificar os três suspeitos. Até agora, nenhum deles foi preso. A Polícia Civil afirma que diligências estão em andamento.
A Mobi-Rio, responsável pelo sistema BRT, confirmou que o crime ocorreu no corredor TransBrasil e declarou estar colaborando com as investigações.
O retrato da insegurança
O episódio reforça a sensação de abandono dos cidadãos diante da violência cotidiana. Passageiros relataram pânico e desespero dentro do ônibus, enquanto a vítima agonizava. O corpo de Priscilla foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) ainda na manhã seguinte.
Impacto social e político
A morte de uma mulher negra em plena manhã de Natal deveria mobilizar discursos de defesa da vida e da dignidade humana. No entanto, o silêncio de setores militantes que costumam se pronunciar apenas quando o Estado é acusado revela uma contradição gritante: quando o agressor é criminoso, a vítima parece invisível.
Enquanto isso, a população segue refém de um sistema que trata bandidos como vítimas e cidadãos como alvos. A tragédia no BRT é mais um retrato da impunidade que corrói o país.
2025-12-27 11:23:00



