Os três técnicos de internet que apareciam sorridentes em um vídeo, interagindo felizes na empresa antes de mais um dia de trabalho, jamais poderiam imaginar o desfecho brutal que os aguardava. Ricardo Antônio da Silva Souza (44), Jackson Santos Macedo (41) e Patrick Vinícius dos Santos Horta (28) foram sequestrados, torturados e executados por criminosos da facção Bonde do Maluco (BMD), em Salvador.
A incapacidade do governo petista da Bahia em conter o avanço do crime organizado transformou a rotina desses trabalhadores em tragédia. O caso expõe a incoerência do discurso da esquerda que defende políticas de desencarceramento sob a justificativa de proteger a população negra e favelada, mas que, na prática, a deixa vulnerável ao terror imposto por facções dentro e fora das comunidades.
A impunidade se revela de forma cruel no papel de Jeferson Caíque Nunes dos Santos, conhecido como “Badalo”. Preso anteriormente por roubo a banco com explosivos e tráfico de drogas, ele havia deixado o presídio de Mata Escura apenas dois meses antes do crime. Em liberdade condicional, ele tornou-se, segundo a polícia, executor da barbárie contra os três trabalhadores — prova de como o sistema falho permite que criminosos reincidam e espalhem violência logo após deixar a prisão. Como se não bastasse, a ordem para a execução do crime partiu de dentro da prisão.
Famílias destruídas
– Patrick Vinícius havia começado apenas o segundo dia de trabalho; deixou um filho de 7 anos.
– Ricardo Antônio, trabalhador incansável, deixou uma filha de 14 anos.
– Jackson Santos, casado e pai de um jovem de 19 anos, teve o carro roubado e abandonado após o crime.
O crime
– Circunstâncias: sequestrados no bairro Marechal Rondon, acusados pela facção de instalar câmeras de vigilância. A polícia também investiga se a empresa para a qual trabalhavam teria se recusado a pagar a extorsão exigida pelos criminosos.
– Execução: corpos encontrados no Alto do Cabrito, com sinais de tortura, tiros e mãos e pés amarrados.
Os mandantes
– Três líderes da facção BMD — Jorge Ferreira Santos (“Capenga”), Venício Bacelar Costa (“Fofão”) e Antônio Dias de Jesus (“Colorido”) — deram a ordem de dentro da cadeia.
– Outro mandante, Edson Silva de Santana (“Jegue”), segue foragido e já figurou no “Baralho do Crime” da SSP-BA.
O executor recém-liberto
– Jeferson Caíque (“Badalo”): preso anteriormente por roubo a banco com explosivos e tráfico de drogas.
– Liberdade condicional: saiu do presídio em outubro.
– Desfecho: morto em confronto com a polícia durante a Operação Signum Fractum; estava com o celular de uma das vítimas.
Operação policial
– A Polícia Civil e a PM mobilizaram mais de 50 agentes em bairros como Marechal Rondon e Pirajá.
– Drogas e materiais de tráfico foram apreendidos.
– Outro suspeito, Jonatas Amorim Nascimento, foi preso.
Segurança falida
O triplo homicídio escancara a fragilidade da política de segurança pública baiana: criminosos comandam execuções de dentro das prisões, enquanto trabalhadores negros são vítimas da violência com requintes de crueldade. A incoerência é evidente: enquanto discursos oficiais falam em inclusão e proteção, a realidade mostra que o Estado falhou em garantir o direito mais básico — o de viver.
2025-12-22 12:04:00



