Inaugurado recentemente no Centro do Rio, o Mercado Central RJ surge como mais um símbolo da retomada urbana da Rua do Senado, endereço histórico da boemia carioca que, nos últimos anos, voltou ao radar cultural e gastronômico da cidade. Instalado em um conjunto de seis casarões da Casa Granado, restaurados ao longo de três anos, o espaço reúne bares, restaurantes, marcas autorais e iniciativas ligadas à economia criativa.
O conjunto arquitetônico, localizado entre as ruas do Senado e Lavradio, passou por um processo de restauração cuidadoso, com o objetivo de dar novos usos aos imóveis e contribuir para a revitalização de uma das regiões mais simbólicas do Centro do Rio.
Gastronomia, cultura e ocupação urbana
O novo mercado se insere em um movimento mais amplo de reocupação do Centro, que vem ganhando força com a abertura de bares, restaurantes, espaços culturais e eventos de rua. A proposta é estimular a circulação de pessoas, fortalecer o comércio local e criar uma programação que vá além do consumo, ajudando a ocupar a região também fora do horário comercial. É a cultura carioca se diversificando pelo centro histórico e contemporâneo.
A escolha da rua do Senado não é aleatória. Tradicional reduto boêmio, o endereço concentra prédios históricos e uma vocação cultural que agora se traduz em experiências gastronômicas e culturais integradas, dialogando diretamente com o entorno da rua do Lavradio, conhecida pelos eventos culturais.
Por mais de um século, a fábrica da Granado funcionou no local, antes de transferir suas operações para Japeri, na Baixada Fluminense, há pouco mais de dez anos. Desde então, a marca vem conduzindo um processo gradual de restauro e reocupação dos imóveis.
O primeiro prédio entregue foi o da rua do Senado, vizinho ao tradicional Armazém do Senado, hoje ocupado pelo Centro de Artes Solar dos Abacaxis. O espaço já vinha atraindo público com exposições e programação cultural, aproveitando o movimento intenso dos fins de semana, impulsionado pela Feira do Lavradio, pelo Samba do Senado e por bares e restaurantes que se consolidaram na região.
Agora, com a abertura do Mercado Central RJ, a ocupação avança para o eixo da Rua do Lavradio, ampliando o circuito gastronômico e cultural que transforma o Centro em um polo de convivência, frequentado por moradores, turistas e trabalhadores da região e imediações.
Marcas com raízes no território
Marcas historicamente ligadas ao Centro veem no Mercado Central uma forma de manter viva essa identidade urbana. A Granado destaca o valor simbólico do espaço para a história da cidade e da própria empresa.
“Para a Granado é muito importante ver o espaço no coração da boemia do Rio — que inspira um dos nossos perfumes e onde tantos produtos icônicos nasceram — continuar relevante, abrigando espaços que fomentam a gastronomia e a cultura”, afirma Sissi Freeman, diretora de marketing e vendas da Granado.
Experiência além da compra
Mais do que um mercado tradicional, o espaço aposta na experiência: circulação livre, áreas de convivência e uma programação que deve incluir eventos culturais e ativações ao longo do ano. A proposta dialoga com modelos de mercados urbanos já consolidados em outras cidades, adaptados à identidade carioca.
A expectativa de frequentadores e comerciantes é que o Mercado Central RJ intensifique ainda mais o fluxo de visitantes, somando-se a iniciativas já consolidadas, como as lojas de antiguidades da Rua do Lavradio, eventos de rua e casas que se tornaram ponto de encontro no Centro. O novo espaço ajuda a consolidar o eixo formado pelas ruas do Senado e do Lavradio como um dos principais polos culturais e gastronômicos da região central do Rio.



