Musculação evita lesões: o segredo para correr bem por muitos anos

Treinar músculos que sustentam a passada reduz lesões, melhora o desempenho e aumenta a eficiência do movimento wayhomestudio/Freepik Musculação hoje é consenso entre especialistas em medicina do esporte como um dos pilares mais importantes para quem corre A corrida de


Treinar músculos que sustentam a passada reduz lesões, melhora o desempenho e aumenta a eficiência do movimento

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Musculação hoje é consenso entre especialistas em medicina do esporte como um dos pilares mais importantes para quem corre

A corrida de rua virou parte do estilo de vida de milhões de brasileiros. Em 2024, foram realizados cerca de 2.800 eventos no país — um crescimento de 29% em relação ao ano anterior. Esse movimento mostra que correr não é apenas uma tendência, mas um hábito consolidado. Ao mesmo tempo, a popularização da modalidade trouxe um desafio crescente: como manter o corpo resistente, saudável e capaz de sustentar anos de prática sem queda de desempenho ou afastamentos por lesões?

A resposta não está apenas no asfalto. Ela está dentro da academia. A musculação, antes vista como “extra”, hoje é consenso entre especialistas em medicina do esporte como um dos pilares mais importantes para quem corre.

Por que corredores que treinam força se lesionam menos

A corrida é um esporte cíclico e repetitivo. A cada quilômetro, o corpo recebe milhares de impactos que precisam ser amortecidos por músculos, tendões e articulações. Quando esses tecidos não estão preparados, o risco de lesão dispara. Estudos mostram que treinos regulares de força aumentam a estabilidade do quadril, joelhos e tornozelos, diminuindo sobrecargas que costumam causar desde inflamações nos tendões até fraturas por esforço repetitivo.

Fortalecer a região central do corpo e a musculatura estabilizadora também melhora o alinhamento do corpo durante a corrida. Com isso, o corredor gasta menos energia para se manter na postura correta, pisa melhor e distribui o impacto com mais eficiência. O resultado aparece no ritmo, no gasto de energia e na redução das pausas forçadas.

Quais regiões merecem mais atenção no treino de força

Algumas áreas do corpo recebem uma carga muito maior durante a corrida e precisam de trabalho específico:

  • Joelho – a articulação mais vulnerável do corredor. Fortalecer quadríceps, glúteos e a parte de trás da coxa reduz a instabilidade que leva à dor na frente do joelho e a lesões por excesso de uso.
  • Panturrilha – considerada o “segundo coração” do esportista, é responsável por absorver impacto, impulsionar a passada e proteger tendões como o de Aquiles. Uma panturrilha forte diminui o risco de tendinite e de fraturas por esforço repetitivo na canela.
  • Tornozelo – precisa de força e mobilidade para manter o pé firme no solo. Exercícios de estabilidade e equilíbrio reduzem entorses e melhoram a eficiência da passada.
  • Quadril – os glúteos médio e máximo são fundamentais para alinhar o joelho e estabilizar a bacia. Quando fracos, aumentam o risco de lesões em praticamente toda a cadeia inferior.

Incluir treinos de força duas a três vezes por semana é o mínimo recomendado. Para quem está aumentando o volume de treinos, preparando-se para provas longas ou já teve lesões, o fortalecimento se torna ainda mais indispensável.

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Promover longevidade na corrida significa treinar mais do que quilômetros. Significa criar um corpo capaz de suportar o impacto, recuperar-se rápido e responder bem à carga. A musculação não compete com a corrida: ela protege o corredor, melhora o desempenho e mantém o esporte prazeroso por muitos anos.

Dr. Rafael Rivas Pasco – CRM/SC 15495 | RQE 15.008
Médico do Esporte
Membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE)
Membro da Brazil Health





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