Após a estreia de Wicked: Parte 2, Stephen Schwartz e Dana Fox comentam a possível expansão do universo de Oz, discutindo ideias além da história de Elphaba e Glinda e considerando novos formatos para futuros projetos.
Após um ano de espera, “Wicked: Parte 2” chegou aos cinemas no último dia 21 de novembro e, como previsto, tem registrado um estrondoso sucesso de bilheteria. Segundo dados do IGN, o longa não apenas garantiu o 4º maior fim de semana de estreia de 2025, arrecadando US$ 226 milhões nas bilheterias mundiais, como também cravou a maior abertura global de uma adaptação musical da Broadway. O fenômeno, claro, reacendeu a pergunta que não quer calar: teremos um terceiro filme na franquia?
Após a première em Nova York, na semana passada, o compositor e letrista do musical, Stephen Schwartz, revelou que ele e Winnie Holzman (co-roteirista dos dois longas) “estão trabalhando agora em ideias que não são uma sequência de Wicked”. “Acho que a história de Glinda e Elphaba parece completa — mas há outros aspectos que poderiam ser explorados”, disse Schwartz ao The Ankler.
Ele acrescentou: “Gregory Maguire, o autor dos romances originais de Wicked, tem vários livros, por exemplo. Mas há outra ideia que Winnie e eu estamos discutindo: não uma sequência, mas um adjunto. Vamos colocar assim”.
Em entrevista ao Deadline, divulgada nesta terça-feira (25), a roteirista Dana Fox também refletiu sobre uma possível continuação e revelou como imagina o futuro de Elphaba, Glinda, Fiyero e toda a turma de Oz. “Eu ficaria honrada se me convidassem para fazer parte de ‘Wicked 3’. E acho que esses personagens são tão amados que [o público quer] ver o que aconteceu com eles… Para mim, aquele momento em que Elphaba diz em off: ‘Eu sei que ela nunca poderá saber que estamos vivos’. Eu pensei: alguém está pedindo para descobrir que elas estão vivas em algum momento. Parece um “alô”. Isso me deixa intrigada. Eu adoraria reencontrá-los algum dia”, declarou.
Ela ainda contou que a própria filha faz lobby por outra história: “Minha filha, pessoalmente, quer um prelúdio, então eu faço o que meus filhos dizem. Eu fico tipo: ‘Claro, um prelúdio parece ótimo’. Mas, sinceramente, seria uma honra estar envolvida em qualquer coisa, se acontecesse. Mas, às vezes, acho que as melhores coisas da vida são aquelas que você quer proteger, como tesouros delicados. E, às vezes, isso significa não mexer no que já é muito, muito bom”.
Durante a conversa, Fox também explicou como a “Parte 2” homenageia o espetáculo da Broadway, especialmente com a cena final que recria o pôster icônico que estreou em 2003, nos palcos de Nova York. “Este filme é muito difícil de dizer de quem veio cada ideia, porque tudo foi fruto da colaboração mais linda, e cada pessoa envolvida fez muito para que ele fosse o que é. O sussurro no roteiro sempre foi o último momento em várias versões escritas”, contou.
wicked for good recreated the musical poster 😭 my heart 💚🩷 #WickedForGood pic.twitter.com/zKJot2pnxN
— ron dichoso (@ronxdichoso) November 22, 2025
Dana admitiu que, em certo momento, tentou evitar um desfecho tão doloroso para Elphaba e Glinda. “E eu sou uma manteiga derretida que queria que tivesse um final feliz. E todos diziam: ‘Não, garota. Tem que terminar como tem que terminar’. E eu ficava: “Mas eu amo elas, e quero que fiquem juntas”, explicou.
Ainda assim, o material original prevaleceu: “Houve muita negociação entre querer respeitar a natureza agridoce do fato de que elas realmente não vão se ver de novo, de que o sacrifício foi feito e de que Glinda acredita que Elphaba está realmente morta. Não dá para proteger o público e fazê-lo acreditar que não é isso que acontece. Mas acho que aquelas imagens finais vieram da Winnie e do meu desejo de que você sentisse que, não importa o quê, elas sempre estarão juntas em seus corações, mesmo que não possam estar fisicamente juntas. Essa era a ideia”.
A sequência adapta, com algumas mudanças e adições, todo o segundo ato do musical da Broadway. Dirigido por Jon M. Chu e coescrito por Dana Fox e Winnie Holzman, o filme retoma a história logo após a “consagração” — injusta — de Elphaba (Cynthia Erivo) como Bruxa Má do Oeste. Exilada, ela enfrenta os planos do Mágico (Jeff Goldblum) e de Madame Morrible (Michelle Yeoh) contra os animais. Enquanto isso, Glinda (Ariana Grande) se torna a porta-voz oficial do “bem” na Cidade das Esmeraldas. Cercada por privilégios e popularidade, ela mantém uma farsa ao lado do noivo, Fiyero (Jonathan Bailey), enquanto ambos lidam com a ausência de Elphaba.
No musical, após o ápice de Defying Gravity e a fuga de Elphaba, restariam apenas cerca de 45 minutos de história até o fim da trama. Porém, em conversa com o Deadline, Dana Fox explicou que foi necessário expandir o roteiro para transformá-lo em uma aventura cinematográfica quase tão longa quanto o primeiro filme. Essa expansão, que chega a 2h15 de filme, trouxe desafios criativos.

“Tivemos de criar muito material novo e realmente mergulhar nisso sem, de forma alguma, desagradar os fãs — que parecem sentir que Wicked, a peça, é deles, o que é maravilhoso. Eu adoro que eles sintam isso, mas você precisa honrar isso. Não pode mexer no que eles consideram a Bíblia deles. É preciso criar coisas novas de um jeito que pareça apoiar o que já existe”, explicou Fox.
Ela concluiu, reforçando que o tema central sempre foi a relação entre Glinda e Elphaba: “Tudo o que fizemos era sobre a amizade delas, porque a nossa estrela-guia era sempre dizer: ‘É sobre as meninas, sua boba’. Nós literalmente tínhamos essa frase colada em todos os nossos computadores. Então, sempre que pensávamos: ‘É sobre os animais, mas como os animais também são sobre as meninas?’ ou ‘Como Fiyero é sobre as meninas?’ ou ‘Como Nessa é sobre a Elphaba?’ — sempre buscávamos fazer tudo voltar a elas”.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques
2025-11-25 14:58:00



