Cadê o audiovisual negro no país mais negro fora da África?

Eu estava conversando com uma diretora negra outro dia que me disse uma coisa que não sai da minha cabeça: “A gente fez o filme, ganhou prêmio, rodou o mundo inteiro. Mas quando voltou para o Brasil, mal encheu uma


Eu estava conversando com uma diretora negra outro dia que me disse uma coisa que não sai da minha cabeça: “A gente fez o filme, ganhou prêmio, rodou o mundo inteiro. Mas quando voltou para o Brasil, mal encheu uma sala de cinema.”

Doeu ouvir isso.

Porque a gente tem produção. Taís Araújo como protagonista absoluta de novelas e filmes. Paulo Vieira criando série de humor na Globo. A série Cidade de Deus na Max, expandindo o universo do clássico. Igor Verde com suas criações para os streamings. Gabriel Martins indo representar o Brasil no Oscar com seu Marte Um. Pela primeira vez na história, três mulheres negras protagonizando simultaneamente as principais novelas da Globo em 2024.

A gente avançou muito na pauta. Temos Lázaro Ramos, Marton Olympio, Juliana Vicente, Emerson Dindo e tantos outros nomes potentes fazendo trabalhos incríveis. Mas cadê nosso público pra ver tudo isso?

É que nem plantar sem saber regar. A gente conquistou espaço na produção, mas esqueceu de pavimentar o caminho até quem realmente precisa dessas histórias. A Globo estabeleceu a meta de alcançar 50% de colaboradores negros até 2030 e, em 2024, mais de 40% dos elencos principais já eram compostos por pessoas negras. Isso é gigante e temos de celebrar.

Mas, se pensar em distribuição já é importante no audiovisual no geral, para o povo que literalmente está na periferia é mais importante ainda.



Conteúdo Original

2025-11-18 17:42:00

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