Rio – O delegado Felipe Curi, secretário de Estado de Polícia Civil, disse, em entrevista coletiva na Cidade da Polícia, na Zona Norte, nesta sexta-feira (31), que os policiais ficaram próximos de prender o principal líder do Comando Vermelho, Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, durante a megaoperação nos Complexos da Penha e Alemão. A ação se tornou a mais letal da história do Brasil com 121 mortos.
“Por um triz nós não prendemos o Doca. É questão de tempo. A hora dele vai chegar, assim como chegou de vários outros. Enquanto isso, o que a gente vem fazendo? Desestruturando a facção, como vim falando aqui, com lavagem de dinheiro, com apreensão de armas, prisões, operações sistemáticas e com investigações. Demos um baque grande na facção”, contou o secretário.
Segundo Curi, Doca é a “personificação do narcoterrorista”. O secretário destacou que o traficante tem cerca de 260 anotações criminais e, aproximadamente, 100 mandados de prisão em aberto. O criminoso também é acusado de mandar assassinar os primos Alexandre da Silva, de 10 anos, Lucas Matheus da Silva, 8, e Fernando Henrique Ribeiro Soares, 11, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, em 2021, por causa do furto de passarinhos.
“O marginal que chega a esse ponto vocês podem ter ideia do que ele faz. São execuções de desafetos e de moradores. Ele impõe a lei do silêncio e do terror na comunidade. A gente tem relatos de que os moradores não aguentam mais o Doca”, completou.
De acordo com as investigações, Edgar, de 55 anos, usa comunidades da Zona Norte como base de atuação do grupo. Nos últimos meses, passou a liderar invasões em áreas da Zona Sudoeste, como Gardênia Azul e César Maia. Foragido do sistema prisional, o traficante é investigado por mais de 100 homicídios e figura entre os criminosos mais procurados do estado.
A Polícia Civil também aponta Doca como o mandante da execução de três médicos e da tentativa de homicídio de uma quarta vítima, em outubro de 2023, na Barra da Tijuca, Zona Sudoeste. As vítimas participavam de um congresso de medicina e teriam sido confundidas com milicianos.
Em maio deste ano, a Polícia Civil descobriu que Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, fundador da facção Amigos dos Amigos (ADA), firmou um pacto com Doca. A aliança tinha como objetivo expandir o domínio territorial e o tráfico de drogas na Zona Sudoeste. A informação foi confirmada pelo secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, após a prisão de Celsinho naquele mesmo mês.
Após a megaoperação da última terça-feira (28), o Disque Denúncia divulgou um cartaz pedindo informações sobre o paradeiro do criminoso. A recompensa passou de R$ 1 mil para R$ 100 mil. O montante se igualou ao que foi oferecido por Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que está preso há 20 anos, mas continua atuando na cúpula do Comando Vermelho.
As informações podem ser enviadas, de forma anônima, à central de atendimento / call center: (21) 2253 1177 ou 0300-253-1177; ao WhatsApp Anonimizado: (21) 2253-1177; e ao aplicativo Disque Denúncia RJ.
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2025-10-31 13:53:00