Como território do CV virou “santuário do crime” para outras facções

Autoridades de diferentes estados afirmam que a facção Comando Vermelho (CV) teria criado uma espécie de “santuário do crime” em territórios dominados no Rio de Janeiro, onde abriga e fornece a proteção de membros de outras facções. Entre as comunidades


Autoridades de diferentes estados afirmam que a facção Comando Vermelho (CV) teria criado uma espécie de “santuário do crime” em territórios dominados no Rio de Janeiro, onde abriga e fornece a proteção de membros de outras facções. Entre as comunidades apontadas como refúgios para os criminosos estão os complexos da Penha e do Alemão, alvos da megaoperação realizada nessa terça-feira (28/10) pelas polícias Civil e Militar.

Ao menos 60 pessoas morreram, entre eles quatro policiais. O objetivo da ação seria cumprir mandados de prisão contra integrantes do CV. Trinta deles seriam de fora do Rio.

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A comunidade foi acordada com os disparos

Imagem cedida ao Metrópoles

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Fogo e chamas intensas foram vistos nas comunidades

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Os criminosos colocaram fogo nas barricadas

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Operador financeiro de Doca, um dos líderes do CV, é preso no Rio

Reprodução / PCERJ

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Megaoperação no Complexo do Alemão e da Penha

Reprodução/Redes sociais

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Complexo do Alemão vira campo de guerra em megaoperação com 2.500 policiais

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Complexo do Alemão vira campo de guerra em megaoperação com 2.500 policiais

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Mansão de traficante do CV preso em megaoperação tinha quadro do Oruam

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CV ataca polícia com drones e bombas em megaoperação no Alemão

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Um dos mortos é o baiano Júlio Souza Silva, que, de acordo com o governo da Bahia, tinha envolvimento com o CV na região do Nordeste da Amaralina, em Salvador. Aos 26 anos, ele já havia sido preso por tráfico de drogas.

Em entrevista concedida ao Metrópoles na semana passada, o secretário da Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, a aliança de criminosos do estado com a facção do Rio de Janeiro criou um novo obstáculo para o combate ao crime organizado.

“As principais lideranças se deslocam da Bahia, e hoje estão homiziadas nas comunidades do Rio de Janeiro, barricada, dificuldade de acesso, Penha, Rochinha. Ali acaba tendo um bunker de dificuldade de atuação”, disse Werner.

“Na Bahia, esse movimento de aliança foi intensificado em 2022. A partir daí o modus operandi das facções cariocas surge com mais força na Bahia, trazendo essa beligerância, a demonstração de força, traz a questão da crueldade em relação a outra facção. A gente começa a identificar imagens, simbologia, a tentativa de colocar barricada, a gente começa a ver a extorsão de comerciantes. Replicando tudo o que já acontece de forma consolidada no Rio de Janeiro”, acrescenta o secretário.

Não há informação se criminosos de outros estados, protegidos pelo domínio da facção carioca, teriam morrido na operação.

Primeiro Comando da Capital

No caso de São Paulo, oficiais da Polícia Militar estão em contato com autoridades do Rio de Janeiro e acompanham os impactos da ação de combate ao crime organizado. Entre os criminosos paulistas que estariam escondidos em território do CV estão inclusive figuras ligadas ao rival Primeiro Comando da Capital (PCC), como João Castilho, o Cigarreira, e Diego Amaral, o Didi, apontados como mandantes da morte de Vinícius Gritzbach, em novembro do ano passado.

No início do ano, membros da facção carioca teriam derrubado um drone da Polícia Civil de São Paulo que sobrevoava o morro da Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, para tentar captar imagens de Kauê do Amaral Coelho, apontado como olheiro no assassinato de Gritzbach.

Há ainda, por parte das autoridades de São Paulo, a preocupação em relação ao movimento de expansão do CV no interior e no litoral do estado. Como detalhado pelo Metrópoles no ano passado, a facção carioca estaria para isso aproveitando uma suposta perda de interesse do PCC pelos pontos de venda droga locais.

Operação

Na operação, considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, pelo menos três inocentes foram baleados: um homem em situação de rua foi atingido nas costas por uma bala perdida e levado para o hospital; uma mulher que estava em uma academia também foi ferida, mas já recebeu alta; e um homem que estava num ferro-velho.

Além dos mortos e feridos, pelo menos 81 pessoas foram presas e cerca de 90 fuzis foram apreendidos.

Entre os presos está Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, apontado como um dos chefes do Comando Vermelho da região. Outro capturado é Nicolas Fernandes Soares, suposto operador financeiro de um dos altos chefes do CV, Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, foragido da Justiça.



Conteúdo Original

2025-10-29 02:14:00

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