“Casa de Dinamite”, novo filme da Netflix, termina de forma misteriosa: um míssil nuclear ameaça os EUA e o presidente precisa decidir entre retaliar ou não — mas a escolha nunca é revelada. Segundo o roteirista Noah Oppenheim, o final aberto é proposital para provocar reflexão no público.
“Casa de Dinamite” mal chegou à Netflix e já está dominando as discussões online! O longa — estrelado por Rebecca Ferguson, Idris Elba e Anthony Ramos — mistura tensão política, guerra tecnológica e dilemas éticos. Mas foi o final que realmente deixou o público sem fôlego, confuso e cheio de perguntas. Em entrevista ao UOL Splash, o roteirista Noah Oppenheim abriu o jogo sobre o desfecho polêmico.
A trama acompanha a descoberta de um míssil nuclear intercontinental a caminho dos Estados Unidos, narrada a partir de três perspectivas: a de Olivia Walker (Ferguson), conselheira da Casa Branca; a do major Daniel Gonzalez (Ramos), responsável pelas tentativas de interceptação; e a do presidente norte-americano (Elba), pressionado a ordenar um contra-ataque “às cegas”.
Enquanto o míssil avança em direção a Chicago, ao longo de 1h52 de filme, cientistas e militares lutam para identificar de onde partiu a ameaça, em meio a um apagão global nas comunicações entre países aliados.
[ALERTA DE SPOILER — A partir daqui falaremos sobre o final do filme! Leia por sua conta e risco]
No clímax, o personagem de Elba recebe a confirmação de que o míssil está prestes a atingir território norte-americano. Ele precisa tomar uma decisão que pode significar o fim da civilização: retaliar ou não. As opções de ataque nuclear — ironicamente chamadas de “mal passado”, “ao ponto” e “bem passado” — são apresentadas pelo oficial Reeves (Jonah Hauer-King). A polêmica surge porque o filme não revela a escolha do presidente.
A câmera fecha no rosto de Elba, as sirenes ecoam e a tela fica escura antes que a decisão seja mostrada. O público não descobre se o míssil atingiu o alvo, se houve retaliação ou até se tudo foi um erro de interpretação. Após um corte abrupto e uma respiração ofegante, o filme acaba, deixando os espectadores sem respostas.

Segundo a diretora Kathryn Bigelow e Noah Oppenheim, o final aberto tem motivo. Ao Splash, o roteirista explicou que a proposta era estimular reflexão. “O que a Kathryn [Bigelow] e eu queríamos fazer com o filme era convidar o público para entrar nessas salas, atrás das portas fechadas, e deixá-los entrar nas conversas, nas procedências e protocolos”, explica o roteirista.
Ele reforça que a intenção era fazer o público viver a experiência, e não apenas entendê-la: “Não espalhando as coisas explicitamente para as pessoas, você convida o público a se aproximar mais e realmente a deixá-lo ir ainda mais fundo”.
Para Oppenheim, o final sem resolução faz parte da narrativa: “Todos temos teorias diferentes sobre o que seria a resposta adequada e o que faríamos se estivéssemos no lugar do presidente no final. E eu acho que estamos esperando que o público se posicione sobre esta questão”.

O roteiro não pretende reduzir o conflito a “bem contra mal”: “O ponto não é que haja um cara bom ou um cara ruim, ou um agressor que esteja especificamente interessado. Estamos tentando levantar perguntas maiores. Queremos viver em um mundo onde nove países têm armas nucleares? Então, qualquer um deles poderia lançar uma em qualquer momento. E queremos viver em um país onde um homem, o presidente dos Estados Unidos, tem a única autoridade para decidir o destino da humanidade?”.
“Mesmo no melhor dos cenários — se você tivesse um presidente ponderado, responsável, bem informado, deliberativo — pedir a alguém, a qualquer pessoa, que tome uma decisão sobre o destino de toda a humanidade em questão de minutos, enquanto foge para salvar a própria vida, é uma insanidade”, disse Oppenheim ao Deadline.
Assista ao trailer abaixo:
“Casa de Dinamite” está disponível na Netflix.
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2025-10-28 18:40:00



