‘Roubo-relâmpago’ no Louvre reacende debate sobre segurança e traz à tona episódios recentes de assaltos a museus

O roubo de uma coleção de joias históricas no Museu do Louvre, em Paris, no último domingo (19), durou apenas sete minutos. Nesta segunda-feira (20), o local permanecerá fechado durante todo o dia em razão do assalto, como informou a


O roubo de uma coleção de joias históricas no Museu do Louvre, em Paris, no último domingo (19), durou apenas sete minutos. Nesta segunda-feira (20), o local permanecerá fechado durante todo o dia em razão do assalto, como informou a instituição nesta semana. O episódio vem reacendendo um debate sobre a necessidade de reforço na segurança de museus em toda a Europa, trazendo à tona situações parecidas que ocorreram recentemente no continente.

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Segundo informações divulgadas à imprensa, os ladrões chegaram por volta das 9h45 no Louvre, por meio de motocicletas, acessando uma área em obras às margem do Rio Sena. Usando uma plataforma elevatória, os criminosos subiram até o primeiro andar do museu e quebraram as janelas.

As autoridades francesas encontraram nas proximidades do museu a coroa quebrada da imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III, uma das peças furtadas, de acordo com o jornal “Le Parisien”. Foram levadas oito peças da histórica Galeria de Apolo, entre as quais joias e pedras preciosas avaliadas em milhões de euros. A seguir, relembre outros roubos a museus na Europa.

Mona Lisa — Foto: Reprodução
Mona Lisa — Foto: Reprodução

A Mona Lisa deve parte de sua fama moderna justamente a um roubo: em 1911, o funcionário italiano Vincenzo Peruggia se escondeu no museu e levou a obra, mantendo-a em seu apartamento por dois anos. O pintor Pablo Picasso e o poeta Guillaume Apollinaire chegaram a ser considerados suspeitos pela polícia e o evento midiático transformou o quadro de Leonardo da Vinci consolidou a aura de mistério que ainda o cerca.

Para muitos estudiosos, como o historiador da arte americano Noah Charney, autor do livro “Os roubos da Mona Lisa”, este foi o primeiro roubo de arte a receber a atenção da imprensa internacional.

Escândalo do Museu Britânico

Fachada do Museu Britânico — Foto: DANIEL LEAL-OLIVAS (AFP)
Fachada do Museu Britânico — Foto: DANIEL LEAL-OLIVAS (AFP)

Há dois anos, o mundo da arte foi abalado por um dos roubos mais inusitados já registrados, em caso conhecido como o “escândalo do Museu Britânico”, em Londres. Um dos curadores da seção de arte grega antiga, Peter Higgs, arqueólogo de 56 anos, foi acusado de ter furtado diversas peças datadas entre os séculos XV a.C. e XIX d.C. Ele trabalhava no museu desde 1993 e era autor de guias de importantes exposições da instituição.

O grito: desaparecido em 50 segundos

Quadro 'O Grito', a emblemática obra-prima do pintor norueguês Edvard Munch — Foto: Reprodução
Quadro ‘O Grito’, a emblemática obra-prima do pintor norueguês Edvard Munch — Foto: Reprodução

Foram necessários apenas 50 segundos para que “O grito”, de Edvard Munch, fosse arrancado da parede da Galeria Nacional de Oslo, em 12 de fevereiro de 1994 — o mesmo dia da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno.

O ladrão, Pal Enger, escalou uma janela, cortou o cabo que sustentava o quadro e fugiu. Chegou a deixar um bilhete: “Obrigado pela falta de segurança”. Três meses depois, tentou pedir US$ 1 milhão pelo resgate da obra, mas acabou preso.

A pintura foi recuperada, mas, em 2004, outra versão de “O grito” foi roubada do Museu Munch, junto com “Madonna”, do mesmo artista. Ambas foram encontradas dois anos depois, mas “O grito” estava gravemente danificado pela umidade.

O Klimt que nunca deixou o museu

O quadro 'Retrato de uma dama', de Gustav Klimt — Foto: Divulgação
O quadro ‘Retrato de uma dama’, de Gustav Klimt — Foto: Divulgação

Em 22 de fevereiro de 1997, “Retrato de uma dama”, de Gustav Klimt, desapareceu da Galeria Ricci Oddi, em Piacenza, na Itália. O quadro parecia ter sumido sem deixar rastros.

Em 2019, jardineiros encontraram a pintura escondida numa sacola de lixo no próprio museu, durante uma obra de manutenção. Avaliada em 60 milhões de euros, a peça foi autenticada — e acredita-se hoje que o roubo tenha sido frustrado e a obra deixada ali.

Francis Bacon: cinco quadros furtados em Madri

Quadro de Francis Bacon recuperado após roubo — Foto: Divulgação
Quadro de Francis Bacon recuperado após roubo — Foto: Divulgação

Em 2015, cinco quadros de Francis Bacon, avaliados em 30 milhões de euros, foram roubados do apartamento de José Capelo, amigo do pintor, no centro de Madri. Ele estava viajando para Londres no momento do crime.

A polícia prendeu dez pessoas e conseguiu recuperar três obras em 2017. Em janeiro deste ano, um vídeo que circulou em Madri mostrava as duas peças restantes sendo oferecidas no mercado ilegal. O caso segue aberto.

O furto da escultura de Henry Moore

A escultura "Declining figure", de Henry Moore — Foto: Divulgação
A escultura “Declining figure”, de Henry Moore — Foto: Divulgação

Em 2005, uma escultura de duas toneladas do artista britânico Henry Moore, “Declining figure”, avaliada em 4,5 milhões de euros, foi roubada de sua fundação, próxima a Londres. A polícia suspeita que a peça tenha sido derretida e vendida como sucata — por meros 2 mil euros.

O ‘Homem-Aranha’ que roubou Modigliani

'A mulher com o leque', de Modigliani — Foto: Divulgação
‘A mulher com o leque’, de Modigliani — Foto: Divulgação

Em 20 de maio de 2010, às 3h30 da madrugada, o ladrão Vjan Tomic escalou a janela do Museu de Arte Moderna de Paris e levou cinco obras — entre elas “A mulher com o leque”, de Modigliani, além de telas de Picasso, Matisse, Léger e Braque.

As câmeras de segurança estavam com baixa qualidade e os alarmes não funcionaram. O valor total do roubo é estimado em 100 milhões de euros. Tomic foi preso, mas as obras jamais foram recuperadas.

A obra mais roubada da história

'A adoração do cordeiro místico', dos irmãos Van Eyck — Foto: Divulgação
‘A adoração do cordeiro místico’, dos irmãos Van Eyck — Foto: Divulgação

O “Retábulo de Gante”, dos irmãos Van Eyck, é considerado o quadro mais roubado da história. Desde o século XVI, passou por guerras, saques e vendas ilegais.

Em 1934, dois de seus painéis foram levados da Catedral de São Bavão, na Bélgica. Um deles foi devolvido anonimamente, mas “Os juízes justos” permanece desaparecido até hoje.

Caravaggio e o mistério de A Natividade

'A Natividade', de Caravaggio — Foto: Divulgação
‘A Natividade’, de Caravaggio — Foto: Divulgação

Na noite de 17 para 18 de outubro de 1969, “A Natividade com São Francisco e São Lourenço”, de Caravaggio, foi roubada da igreja de San Lorenzo, em Palermo, na Sicília.

O quadro nunca mais foi visto. A principal hipótese aponta para a máfia italiana: o chefe Gaetano Badalamenti teria mantido a obra em casa e usado um pedaço do tecido original para provar sua posse.

Outras versões sugerem que o quadro foi cortado do chassi com uma navalha, enrolado em um tapete e levado para a Suíça — ou até dividido e vendido em partes. Mais de meio século depois, o mistério permanece.



Conteúdo Original

2025-10-20 10:37:00

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