No filme, a travessia pelo deserto representa o “Sirât”, uma ponte que liga os mundos, o céu e o inferno. “As pessoas passam por cima dessa ponte, construída sobre o inferno, de acordo com os atos dela em vida. Alguns passarão muito rápido porque foram boas pessoas, outras vão passar devagar. […] E aí a gente vai entender o que esses personagens vão atravessar. Será que esse deserto que é essa ponte entre o céu e o inferno? Eles vão acertar as contas deles nesse deserto?”, diz Flavia Guerra.
É um filme muito surpreendente, muito, porque você tem que assistir e sentir. Você tem que entrar no filme, é sensorial. […] Não tem como sair indiferente dele. Flavia Guerra
Entre os destaques da programação da Mostra, está também o divertido cineasta romeno Radu Jude. Ele vem em dose dupla, trazendo os filmes “Kontinental ’25” e “Drácula”.
Em “Kontinental ’25”, Jude narra a história de uma oficial de justiça da maior cidade da Transilvânia que precisa despejar um sem-teto. “Ela já o conhece há muito tempo, porque já foi atrás dele muitas vezes. E aí, um acontecimento inesperado muda o rumo dessa história, muda tudo”, conta Vitor Búrigo.
[Radu Jude] sempre está dialogando entre a política e o humor. Está sempre trazendo essa pitada de crítica. E esse filme tem cenas longas de diálogos, de conversas, de troca entre esses personagens. Tem cenas hilárias, muito divertidas. Vitor Búrigo
“A História do Som”, estrelado por Paul Mescal e Josh O’Connor, traz o romance discreto de dois músicos americanos em 1917. “É impossível esse amor em público. Eles vivem as idas e vindas desse amor, e no meio disso tudo tem o universo da música. […] Os dois têm uma grande paixão paralela, que é o folk, a música popular americana. Então tem uma trilha sonora linda, esse filme é muito bem cuidado.”
2025-10-16 05:40:00