Dólar oscila com investidores atentos à votação da MP do IOF e aos sinais do Fed

Comissão do Congresso aprova MP que substitui alta original do IOF e aumenta tributos O dólar começou o dia em leve alta nesta quarta-feira (8), mas logo inverteu o sinal e passou a cair. Por volta das 9h40, a moeda




Comissão do Congresso aprova MP que substitui alta original do IOF e aumenta tributos
O dólar começou o dia em leve alta nesta quarta-feira (8), mas logo inverteu o sinal e passou a cair. Por volta das 9h40, a moeda americana recuava 0,19%, sendo cotada a R$ 5,3402. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
Investidores acompanham movimentações importantes no cenário político e econômico, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Enquanto decisões internas geram dúvidas sobre o compromisso fiscal do governo, lá fora, a atenção se volta para os sinais do banco central americano (Federal Reserve) em meio à paralisação de dados oficiais.
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▶️ No Brasil, a votação da Medida Provisória 1.303 é o foco do dia. A proposta surgiu como alternativa ao aumento do IOF, mas sofreu alterações que, segundo parte do mercado, indicam possível afastamento do governo da meta fiscal.
▶️ A percepção sobre o governo também ganhou destaque com a nova pesquisa Genial/Quaest. A aprovação do presidente Lula subiu para 48%, contra 49% de desaprovação — o melhor resultado desde janeiro.
▶️ Nos EUA, investidores aguardam a ata da última reunião do Fed, que voltou a cortar os juros. Com a paralisação do governo, outros dados econômicos não foram divulgados, aumentando o peso da ata nas análises.
▶️ Após a publicação da ata, dois dirigentes do Fed devem se pronunciar: Neel Kashkari às 16h15 e Michael Barr às 18h45. Os discursos podem trazer novas pistas sobre os próximos passos da política monetária americana.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana: +0,28%;
Acumulado do mês: +0,53%;
Acumulado do ano: -13,42%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: -1,95%;
Acumulado do mês: -3,31%;
Acumulado do ano: +17,55%.
Aprovação de Lula sobe
A pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira mostra que a aprovação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a empatar, dentro da margem de erro, com a desaprovação: 49% dos brasileiros desaprovam a gestão petista, enquanto 48%, aprovam.
Esta é a primeira vez, desde janeiro, que há empate entre os dois indicadores.
No início do ano, 49% desaprovavam Lula, já a aprovação era de 47%.
A diferença de um ponto é a menor desde dezembro de 2024, quando a aprovação era maior que a desaprovação (52% a 47%).
Entre fevereiro e setembro, os indicadores mostravam maior desaprovação. O pico de diferença ocorreu em maio deste ano, quando 17 pontos separavam a avaliação negativa (57%) da positiva (40%).
A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos e ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 2 e 5 de outubro. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.
O levantamento aponta que:
Mulheres voltaram a aprovar mais Lula do que desaprovar: 52% a 45%, indicadores que estavam empatados em 48% no levantamento anterior;
Os católicos voltaram a aprovar mais o governo petista, após empate registrado em setembro: 54% aprovam, e 44%, desaprovam. A margem é de 3 pontos para mais ou menos;
Os mais ricos (renda familiar de 5 salários mínimos ou mais) apresentam empate entre os indicadores: 52% desaprovam e 45%, aprovam. O público mais desaprovava o governo até setembro. A margem de erro é de 4 pontos;
Há empate entre o público de 35 a 59 anos, mas com aprovação e reprovação invertendo posições: enquanto 51% desaprovaram e 46% aprovavam em setembro, agora 51% aprovam e 46%, desaprovam;
Voltou a ter empate entre o público de 60 anos ou mais, com 50% aprovando e 46%, desaprovando. Havia maior aprovação a Lula (53% a 45%) em setembro.
Outro ponto que a pesquisa demonstra é que para 49% dos entrevistados o presidente Lula saiu mais forte após encontro com o presidente americano Donald Trump, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU). Para 27%, o petista saiu mais fraco, e para 10%, nem forte, nem fraco.
A Quaest fez a seguinte pergunta: “Após esse encontro com Trump, Lula saiu mais…?”. Veja as respostas:
Forte politicamente: 49%;
Nem forte, nem fraco politicamente: 10%;
Fraco politicamente: 27%;
Não sabem/ não responderam: 14%.
MP do IOF
O Congresso Nacional deve votar hoje a medida provisória (MP) que substitui a alta original do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e aumenta alíquotas de tributos para tentar garantir equilíbrio nas contas públicas.
A proposta precisa ser aprovada na Câmara e no Senado até as 23h59. Caso contrário, perderá validade.
A MP foi aprovada por 13 votos a 12 em comissão mista nesta terça (7), mas ainda enfrenta resistências de parlamentares, especialmente do Centrão e da bancada ruralista.
Editada em junho pelo presidente Lula, a medida foi negociada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pelo relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP).
🔎 A medida provisória eleva uma série de impostos e faz parte da estratégia do governo para equilibrar as contas públicas em 2026, ano eleitoral. A aprovação da MP é considerada pela equipe econômica essencial para o governo fechar o Orçamento do próximo ano.
“O governo vai ter que fazer concessões, está claro isso. Está tentando salvar entre R$ 15 bilhões e R$ 17 bilhões”, disse o líder do PT, Lindbergh Farias.
💰 Com as mudanças no texto aprovado na comissão mista, a arrecadação esperada caiu de mais de R$ 20 bilhões para cerca de R$ 17 bilhões em 2026, segundo o relator.
📅 Se o texto perder a validade, o Palácio do Planalto perderá parte da arrecadação prevista e pode ter de refazer o planejamento fiscal do próximo ano.
Para a oposição, o governo tem que buscar outras maneiras de melhorar as contas públicas que não seja aumentar a arrecadação com aumento de alíquotas de tributos.
EUA em paralisação pelo 8º dia
A paralisação do governo dos Estados Unidos chegou ao oitavo dia nesta quarta-feira (8), com o presidente Donald Trump ameaçando não pagar os salários atrasados dos funcionários públicos afastados durante esse período.
A declaração aumentou a pressão sobre os democratas no Senado para que encontrem uma solução para o impasse, além de levantar dúvidas legais sobre as ações da Casa Branca.
O Senado deve votar pela sexta vez, ainda hoje, propostas para retomar o funcionamento do governo, após não realizar votações na terça-feira.
Até agora, dois projetos — um apoiado pelos democratas e outro pelos republicanos — não conseguiram os 60 votos necessários para serem aprovados.
Trump também afirmou que pode demitir servidores e cortar programas públicos se a paralisação continuar. Questionado sobre o pagamento retroativo, ele respondeu: “Depende de quem estamos falando”.
E completou: “Na maioria dos casos, vamos cuidar do nosso pessoal. Mas há algumas pessoas que realmente não merecem ser cuidadas, e vamos lidar com elas de outra forma.”
A Casa Branca tem reforçao que milhares de pessoas poderiam ser demitidas se a paralisação persistir.
A paralisação já suspendeu pesquisas, divulgação de dados econômicos e o funcionamento de vários serviços.
Cerca de 2 milhões de servidores estão sem pagamento, e uma paralisação prolongada pode afetar viagens, distribuição de alimentos e até o funcionamento dos tribunais.
Bolsas globais
Em Wall Street, os principais índices fecharam em queda, um dia depois que o S&P 500 e o Nasdaq atingiram recordes de fechamento. Agora, o foco está nas falas de autoridades do Fed em busca de sinais sobre a política monetária.
O Dow Jones Industrial Average recuou 0,20%, para 46.602,98 pontos. O S&P 500 recuou 0,41%, a 6.712,72 pontos, enquanto o Nasdaq Composite teve perdas de 0,67%, a 22.788,36 pontos.
Já as bolsas europeias tiveram um dia de queda, principalmente por causa do desempenho fraco das empresas do setor de saúde. Apesar disso, o mercado francês conseguiu limitar as perdas graças à recuperação das ações de marcas de luxo, após a instabilidade política provocada pela renúncia do primeiro-ministro no dia anterior.
O índice europeu STOXX 600 caiu 0,2%. Em Londres, o FTSE 100 teve leve alta de 0,05%. Em Frankfurt, o DAX subiu 0,03%. Em Paris, o CAC 40 avançou 0,04%. Já em Milão, o FTSE MIB recuou 0,17%.
Madri também registrou queda, com o Ibex 35 caindo 0,19%, e Lisboa teve o pior desempenho do dia, com o PSI 20 em baixa de 0,75%.
Na Ásia, o destaque foi o Japão, onde o índice Nikkei fechou em nova máxima histórica pela terceira sessão seguida. O bom desempenho foi puxado por empresas ligadas à produção de chips, que acompanharam os ganhos recentes nos EUA.
O Nikkei, em Tóquio, subiu 0,01%, encerrando aos 47.950 pontos. Taiwan teve alta de 1,68% (27.211 pontos), Cingapura avançou 1,14% (4.472 pontos) e Sydney caiu 0,27% (8.956 pontos).
Os mercados de Xangai, Shenzhen, Seul e Taiwan permaneceram fechados.
Dólar
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