Dólar opera em alta com foco em declarações de autoridades no Brasil e nos EUA; bolsa recua

Após ligação com Lula, Trump diz que virá ao Brasil O dólar iniciou a sessão desta terça-feira (7) em alta, com avanço de 0,42% por volta das 11h16, sendo negociado a R$ 5,3331. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira,




Após ligação com Lula, Trump diz que virá ao Brasil
O dólar iniciou a sessão desta terça-feira (7) em alta, com avanço de 0,42% por volta das 11h16, sendo negociado a R$ 5,3331. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuava 1,22%, aos 141.854 pontos.
Com poucos indicadores na agenda, os investidores voltam suas atenções para declarações de autoridades econômicas. No Brasil, o destaque é a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nos Estados Unidos, os discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ganham peso diante da paralisação do governo.
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▶️ No Brasil, a entrevista do ministro Fernando Haddad ao programa Bom Dia, Ministro foi acompanhada de perto pelo mercado, especialmente após o contato entre Lula e Donald Trump. Além disso, o ministro ainda revelou que a pasta estuda a possibilidade de implementar a tarifa zero no transporte público.
▶️ Os investidores também estão de olho na votação da Medida Provisória 1.303/2025 (a chamada “MP do IOF”), marcada para 14h30. A proposta trata da tributação de apostas, aplicações e ativos digitais, e precisa ser aprovada até amanhã (8) para não perder validade.
▶️ Nos EUA, com a paralisação do governo impedindo a divulgação de dados econômicos, os discursos de dirigentes do Fed ganham destaque. Raphael Bostic fala às 11h, Michelle Bowman às 11h05 e Stephen Miran às 11h45 e 17h05.
▶️ Ainda por lá, o Fed de Nova York divulga às 12h o índice de expectativas de inflação dos consumidores para setembro, estimado em 3,2%.
▶️ Em meio à busca por segurança, o ouro ultrapassou nesta terça-feira a marca de US$ 4 mil por onça-troy, sendo negociado a US$ 4.008,42 pela manhã. Mudanças políticas recentes no Japão e na França têm levado investidores a procurar ativos considerados mais estáveis e com potencial de rentabilidade.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana: -0,47%;
Acumulado do mês: -0,22%;
Acumulado do ano: -14,06%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: -0,41%;
Acumulado do mês: -1,80%;
Acumulado do ano: +19,39%.
Haddad otimista com negociação com EUA
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, em entrevista ao programa ‘Bom dia, Ministro’, estar otimista nas tratativas com os EUA sobre o tarifaço, independentemente de quem seja o interlocutor indicado pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Questionado sobre o fato de o mandatário dos EUA ter designado Marco Rubio, secretário de Estado americano para continuar as conversas com o Brasil, considerado por ter uma inclinação mais “ideológica”, Haddad afirmou que a diplomacia brasileira saberá conduzir as tratativas de forma eficiente.
Na véspera, Lula conversou por telefone com Donald Trump por cerca de meia hora. Ele estava acompanhado do vice-presidente Geraldo Alckmin, do assessor especial Celso Amorim e dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Sidônio Palmeira (Secom).
Além desse tema, o ministro também falou sobre a chamada “MP do IOF”, que propõe tratar da tributação de apostas, aplicações e ativos digitais. Haddad disse que tem visto “muita boa vontade” por parte do Congresso em aprovar a medida provisória que eleva uma série de impostos.
A fala ocorre em um momento em que o governo tenta garantir ao menos parte da arrecadação prevista na MP, após o texto ter sido desidratado durante as negociações com o Congresso.
A proposta, que contempla o aumento da tributação sobre empresas (juros sobre capital próprio), “fintechs”, apostas online, criptoativos, cooperativas e títulos incentivados — como LCI e LCA — enfrenta, porém, forte resistência do setor produtivo.
Por fim, o ministro ainda revelou que a equipe econômica do governo está realizando, a pedido do presidente Lula, uma “radiografia” do setor de transportes públicos brasileiro para avaliar a possibilidade de implementar a chamada tarifa zero para a população.
“Nós sabemos que transporte público no Brasil, sobretudo urbano, ele é uma questão importante para o trabalhador. Nesse momento nós estamos fazendo radiografia do setor a pedido do presidente. Tem vários estudos que estão sendo recuperados pela Fazenda para verificar se existem outras formas mais adequadas de financiar o setor”, afirmou Haddad.
Entre os pontos que estão sendo avaliados pela área econômica, segundo ele, estão:
Quanto custa o setor;
Quanto que o poder público está colocando de subsídio no setor;
Quanto que as empresas mediante o vale-transporte estão aportando no setor;
Quanto que está saindo do bolso do trabalhador;
Quais são os gargalos tecnológicos;
Quais são as oportunidades tecnológicas.
EUA em paralisação pelo 7º dia
A paralisação do governo dos EUA chega ao sétimo dia nesta terça-feira (7) sem perspectiva de acordo. Com recursos congelados e servidores federais sem receber, diversos serviços públicos foram afetados, incluindo voos, que registram atrasos.
Questionado na noite do domingo (5) sobre quando o governo começaria a demitir funcionários federais, o presidente Donald Trump disse: “Está acontecendo agora mesmo”. Ele culpou os democratas pelo impasse, mas não entrou em detalhes sobre os planos de demissão.
A Casa Branca disse que milhares de pessoas poderiam ser demitidas se a paralisação persistir.
A paralisação já suspendeu pesquisas, divulgação de dados econômicos e o funcionamento de vários serviços.
Cerca de 2 milhões de servidores estão sem pagamento, e uma paralisação prolongada pode afetar viagens, distribuição de alimentos e até o funcionamento dos tribunais.
O Senado americano, liderado por republicanos, deve votar novamente medidas provisórias para financiar agências federais, mas nenhuma deve alcançar os 60 votos necessários.
Ouro em patamar recorde
O ouro ultrapassou a marca de US$ 4 mil nesta terça-feira, alcançando uma cotação de US$ 4.008,42 por onça-troy. A valorização do metal, que já acumula alta de quase 50% em 2025, é resultado de uma combinação de fatores políticos e econômicos que têm aumentado a cautela dos investidores ao redor do mundo.
Dois eventos recentes acentuaram esse movimento:
A renúncia do primeiro-ministro francês Sébastien Lecornu, após menos de um mês no cargo;
E a eleição inesperada de Sanae Takaichi como líder do partido governista no Japão.
🔎 Ambos os episódios levantaram dúvidas sobre a estabilidade fiscal desses países, o que contribuiu para a busca por ativos considerados mais seguros, como o ouro.
No Japão, a perspectiva de aperto na política monetária contrasta com o histórico de juros baixos e inflação controlada, enquanto Takaichi é vista como defensora de gastos públicos mais agressivos.
Na França, a instabilidade política se soma à dificuldade do governo em aprovar o orçamento, aumentando o risco de perda de governabilidade por parte do presidente Emmanuel Macron.
Além do cenário político, o ouro já vinha se valorizando desde o início do ano, impulsionado pela política comercial de Donald Trump, que gerou incertezas e afastou investidores de ativos ligados aos EUA.
Mais recentemente, a expectativa de que o banco central americano (Fed) possa reduzir os juros deu novo impulso ao metal, que rompeu a faixa de US$ 3.500 e acelerou sua alta.
Bolsas globais
Em Wall Street, os principais índices abriram em alta, um dia depois que o S&P 500 e o Nasdaq atingiram recordes de fechamento. Agora, o foco está nas falas de autoridades do Fed em busca de sinais sobre a política monetária.
O Dow Jones Industrial Average subia 0,01% na abertura, para 46.700,9 pontos. O S&P 500 ganhava 0,09%, a 6.746,14 pontos, enquanto o Nasdaq Composite avançava 0,13%, para 22.972,369 pontos.
Já as bolsas europeias operam em alta, com os olhos voltados para a França, que enfrenta uma nova crise política após a renúncia do primeiro-ministro Sebastien Lecornu. A instabilidade política levantou alertas sobre a situação financeira do país, com agências de risco e analistas questionando a viabilidade dos títulos franceses.
Durante a manhã, o índice geral europeu STOXX 600 subia 0,09%. Entre os principais mercados, o DAX da Alemanha avançava 0,13%, o FTSE 100 do Reino Unido ganhava 0,02%, o CAC 40 da França subia 0,19% e o FTSE MIB da Itália tinha alta de 0,37%.
Na Ásia, o destaque foi o Japão, onde o índice Nikkei fechou em nova máxima histórica pela terceira sessão seguida. O bom desempenho foi puxado por empresas ligadas à produção de chips, que acompanharam os ganhos recentes nos EUA.
O Nikkei, em Tóquio, subiu 0,01%, encerrando aos 47.950 pontos. Taiwan teve alta de 1,68% (27.211 pontos), Cingapura avançou 1,14% (4.472 pontos) e Sydney caiu 0,27% (8.956 pontos).
Os mercados de Xangai, Shenzhen, Seul e Taiwan permaneceram fechados.
Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik



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