Polícia de PE suspeita que intoxicados por metanol beberam uísque vendido por caminhão

A Polícia Civil de Pernambuco investiga a origem de uma garrafa de uísque por suspeita de que ela estaria contaminada com metanol. O líquido teria causado a morte de dois amigos. Um terceiro rapaz que consumiu a bebida perdeu parte


A Polícia Civil de Pernambuco investiga a origem de uma garrafa de uísque por suspeita de que ela estaria contaminada com metanol. O líquido teria causado a morte de dois amigos. Um terceiro rapaz que consumiu a bebida perdeu parte da visão.

Nesta terça-feira, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) havia anunciado três possíveis vítimas de bebidas adulteradas por metanol no país. Agora, há a suseita de mais uma morte — caso que não foi reportado até agora porque o paciente morreu antes de chegar ao hospital que fez as notificações.

Das quatro vítimas, três são de Lajedo, no agreste do estado. Todas elas beberam a garrafa de uísque vendida por um caminhão em Belo Jardim, distante cerca de 45 km de Lajedo. Elas são:

  • Jonas da Silva Filho, que morreu na madrugada do dia 29 de agosto. Ele perdeu a vida antes de ser transferido ao Hospital da Mestre Vitalino, em Caruaru. Por isso, seu caso ainda não havia sido notificado.
  • Celso da Silva, de 43 anos, que deu entrada no Hospital da Mestre Vitalino, em Caruaru, no dia 2 de setembro e morreu uma semana depois, no dia 9.
  • Marcelo dos Santos Calado, de 32 anos, que foi atendido também na unidade de Carurau a partir do dia 4 e recebeu alta no dia 23, com perda da visão.

A quarta vítima — que também passou pelo Hospital da Mestre Vitalino, em Caruaru, e teve o caso notificado nesta terça-feira — foi de um homem de 30 anos, da cidade João Alfredo. Ele foi internado no dia 26 e teve a morte confirmada na última terça-feira.

Garrafa de uísque suspeita

De acordo com Cledinaldo Orico, delegado titular de Lajedo, uma das linhas de investigação é de que a bebida teria sido comprada por uma das vítimas de um caminhão na cidade de Belo Jardim, distante cerca de 45 km de Lajedo, que “possivelmente veio de São Paulo”. No entanto, ele ressaltou que os depoimentos do sobrevivente são contraditórios.

— Um sobrevivente disse que foi a pessoa facelida que comprou e depois ele modificou — disse Orico. — Uma das versões é a de que deles comprou o produto para revenda. Ao que indica, não tinha desconfiança da corrupção tóxica dessa bebida e fez a ingestão.

De acordo com Orico, a esposa de uma das vítimas também apresentou algumas garrafas de uísque supostamente corrompidas. Elas passarão por perícia, assim como os corpos das vítimas que morreram.

— Eles estavam ali juntos e aí eles fizeram esse consumo, né? As cidades não são distantes, né? Inclusive houve um festival de rock lá em Lajedo, período em que eles fizeram esse consumo lá — afirmou Orico.

Nas últimas semanas, o estado de São Paulo registrou um surto de intoxicações por metanol decorrente do consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Até terça-feira (30), eram 22 casos, sendo sete confirmados e 15 em investigação. No país, já são 29 casos suspeitos de contaminação por metanol.

— Importante ressaltar que esse assunto, hoje, é um tema de alerta nacional — pontuou a diretora da Apevisa, Karla Baêta.

A diretora também informou que a agência está em contato com a superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em Pernambuco, órgão responsável pelo registro, fiscalização e regulamentação de bebidas alcoólicas no Brasil.

* Estagiária sob supervisão de Alfredo Mergulhão



Conteúdo Original

2025-10-01 16:07:00

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