Até quando? Menor ligado ao CV, pivô da prisão de Oruam, é recapturado após agredir policiais

Após um fim de semana marcado por arrastões, assaltos a lojas e depredação de ônibus na saída das praias do Rio, mais um episódio escancara a impunidade e a reincidência que alimentam a escalada da violência no país. O mesmo


Após um fim de semana marcado por arrastões, assaltos a lojas e depredação de ônibus na saída das praias do Rio, mais um episódio escancara a impunidade e a reincidência que alimentam a escalada da violência no país. O mesmo menor de 17 anos, integrante do Comando Vermelho (CV) e cuja tentativa de apreensão culminou na prisão do rapper Oruam, foi recapturado em mais uma operação marcada pela sensação de enxugar gelo diante de uma legislação que falha em proteger a sociedade.

Reincidência escancarada

O menor, conhecido como “Menor Piu”, é identificado pela Polícia Civil como segurança pessoal de Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, chefe do Comando Vermelho no Complexo da Penha e um dos criminosos mais procurados do estado. Além disso, é considerado um dos maiores ladrões de carros da região metropolitana do Rio. Mesmo com esse histórico, o adolescente cumpria medidas socioeducativas em liberdade.

Em julho, após fugir da operação que prendeu Oruam, ele se apresentou às autoridades. No entanto, deixou de comparecer ao Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (Criaad) de Bonsucesso, apresentando um atestado médico falso para justificar a ausência. A médica que supostamente assinou o documento não trabalha na unidade há dois anos.

Segundo o Degase, essa não foi a primeira tentativa de burlar um sistema que já enfrenta sérias limitações estruturais: em maio, o menor já havia usado outro atestado para justificar ausência, ficando mais de dois meses foragido. O caso agora é investigado pela 21ª DP (Bonsucesso) como uso de documento falso.

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Violência institucionalizada

A resposta violenta do menor à abordagem policial é mais um sintoma de um cenário em que a autoridade do Estado é constantemente desafiada. Na nova operação que levou à sua recaptura, o adolescente reagiu com agressividade e entrou em luta corporal com os agentes. Ele também responde a um inquérito por agressão contra uma ex-namorada.

A reincidência e a facilidade com que menores infratores escapam das consequências legais expõem uma falha estrutural. A legislação atual, baseada no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), limita a atuação das autoridades e permite que jovens com envolvimento em crimes graves retornem rapidamente às ruas, alimentando o ciclo de violência.

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A tentativa de apreensão do menor em julho foi o estopim para a prisão de Oruam. O rapper, segundo a Polícia Civil, atacou agentes com pedras e incitou seguidores nas redes sociais a confrontarem os policiais. Um agente ficou ferido, e a viatura foi danificada.

Oruam foi indiciado por sete crimes, incluindo associação ao tráfico, tráfico de drogas, resistência qualificada, dano ao patrimônio público e desacato. Após o episódio, ele se escondeu no Complexo da Penha e, posteriormente, se entregou à polícia.

Até quando?

Enquanto criminosos mirins seguem tratados como vítimas de um sistema indulgente, as verdadeiras vítimas da violência urbana permanecem esquecidas. A reincidência juvenil, somada à impunidade, transforma o Rio de Janeiro em palco de uma guerra silenciosa — onde o Estado parece perder terreno a cada nova captura. Até quando?



Conteúdo Original

2025-09-24 09:16:00

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