Em um jantar reservado com empresários e líderes do mercado financeiro em São Paulo, os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Romeu Zema (Novo-MG) protagonizaram um gesto político que vai além das pautas de segurança pública: sinalizaram força e união da direita para a corrida presidencial de 2026.
O evento, promovido pelo Centro de Liderança Pública e idealizado pelo cientista político Luiz Felipe D’Ávila, reuniu nomes influentes no Itaim Bibi, zona sul da capital paulista. Embora o tema oficial fosse segurança pública, o clima era de articulação política. Tarcísio foi direto:
“Esse time aqui que parece estar desorganizado, na verdade está organizado, vai vir forte e vai vencer a eleição” — declarou, arrancando aplausos dos presentes.
Zema reforçou o tom de aliança:
“Qualquer um desses nomes que for para o segundo turno terá total apoio dos demais que não forem.”
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Segurança pública como bandeira comum
Durante o encontro, Tarcísio criticou o direito de presos ligados a facções criminosas participarem de audiências de custódia, enquanto Zema defendeu que essas organizações sejam tratadas como grupos terroristas. A pauta, embora técnica, serviu como pano de fundo para uma demonstração de alinhamento político.
Michelle Bolsonaro entra no tabuleiro
A dobradinha entre os governadores ganhou ainda mais força após o recente encontro com Michelle Bolsonaro no Palácio dos Bandeirantes, antes do ato de 7 de Setembro na Avenida Paulista. A ex-primeira-dama, que também desponta como possível nome da direita para 2026, reuniu-se com Tarcísio e Zema em um gesto interpretado como tentativa de pacificação interna e construção de uma frente ampla conservadora.
Segundo aliados, o encontro serviu para discutir o projeto de anistia no Congresso e a situação jurídica de Jair Bolsonaro, atualmente inelegível. A presença de Michelle reforça a tese de que, mesmo sem o ex-presidente na disputa, a direita pretende manter coesão e protagonismo.
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Cenário eleitoral e articulação estratégica
Um jantar com 12 governadores e líderes de seis partidos em Brasília, em agosto, já havia sinalizado a intenção de lançar um nome único ou apoiar o mais viável no segundo turno.
O cientista político Luiz Felipe D’Ávila resumiu o sentimento do jantar:
“Todo mundo saiu com essa percepção de dobradinha. Aliás, seria uma dobradinha fantástica, a volta da política café com leite.”
Presenças estratégicas
Além de Tarcísio, Zema e D’Ávila, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também participou do encontro, reforçando os laços entre lideranças regionais que podem ser decisivas em 2026.
A direita, que muitos consideravam fragmentada após a inelegibilidade de Bolsonaro, começa a mostrar sinais claros de reorganização. Com Tarcísio, Zema e Michelle em cena, o campo conservador ensaia uma frente unificada, pronta para disputar o protagonismo político nacional. A eleição de 2026 já começou — e a direita quer entrar em campo com força total.
2025-09-23 16:26:00