Haddad vê impacto limitado do tarifaço: 'passado julgamento, acredito que vai ser superado'

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (23) que acredita que o impacto do tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros será limitado. Em entrevista ao ICL notícias, ele disse que sua expectativa é que




O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (23) que acredita que o impacto do tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros será limitado.
Em entrevista ao ICL notícias, ele disse que sua expectativa é que o assunto seja superado após o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — depois da publicação do acórdão, o processo entra na fase de recursos das defesas.
As tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros entraram em vigor em agosto deste ano (leia mais abaixo).
“Acredito que isso vai passar, foi uma ingerência de um país sobre nós, de um assunto que não é nem do Executivo, é da Justiça (…) Passada essa fase aguda, julgamento, publicação da decisão [sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro], acredito que isso vai ser superado. Pois não tem base econômica, só pode estar baseada em desinformação”, disse Haddad.
Lula está em NY para primeira viagem aos EUA após tarifaço
O ministro da Fazenda disse que as exportações brasileiras se diversificaram nos últimos dez anos em relação aos primeiros mandatos do presidente Lula (2003 a 2010).
“Lula ficou surpreso com o fato de que estamos exportando metade do que exportávamos como proporção da pauta brasileira, do primeiro mandato dele para cá. Brasil se diversificou muito”, disse ele.
Acrescentou que somente 4% das exportações brasileiras estão sendo afetadas pelo tarifaço imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sendo que mais da metade era de “commodities” (produtos básicos com cotação internacional).
Segundo Haddad, essas vendas externas tendem “rapidamente direcionadas para outras regiões”.
“Eu disse ao presidente que achava que iriamos segurar bem, mas que teríamos de ter um plano de contingência. Pois não teria impacto macro, mas micro iria ter. Lançamos um plano, mandamos ao congresso, via BNDES, para atender as empresas em condição especial”, ponderou.
“O presidente [Lula] continua fazendo papel de mascate […]. Produzindo coisas boas, as melhores do mundo, não temos dificuldade em realocar nossas exportações”, prosseguiu Haddad.
Exportações brasileiras para os EUA desabam com o tarifaço, mas vendas para outros países compensam
Jornal Nacional/ Reprodução
Plano de ajuda
Dias depois do tarifaço entrar em vigor, em 13 de agosto, o governo federal lançou o plano “Brasil Soberano”, com medidas para socorrer exportadores nacionais que vendem para os Estados Unidos. O destaque foi a criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões.
Além de crédito com juros subsidiados, que já pode ser buscado pelas empresas afetadas no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o governo também anunciou outras medidas. São elas:
➡️Seguro à exportação: governo anunciou instrumentos para proteger o exportador contra riscos como inadimplência ou cancelamento de contratos, permitindo que bancos e seguradoras utilizem essa garantia em mais tipos de operações.
➡️Diferimento de impostos: Receita Federal foi autorizada a fazer adiamento de cobrança de impostos para as empresas mais afetadas pelo tarifaço.
➡️Isenção de insumos para exportações: o governo anunciou a prorrogação, por um ano, do prazo para que as empresas consigam exportar mercadorias que tiveram insumos beneficiados pelo chamado “drawback”.
➡️Novo Reintegra: o governo também anunciou que as empresas exportadoras terão crédito tributário (valores a abater em impostos) para que suas vendas ao exterior sejam desoneradas.
➡️Compras públicas: foi anunciado que a União, estados e municípios poderão fazer compras públicas para seus programas de alimentação (para merenda escolar, hospitais etc.).
➡️Diversificação de mercados: o governo anunciou, ainda, que continuará trabalhando para diversificar mercados, ou seja, buscando novos países compradores dos produtos sobretaxados pelos Estados Unidos.
INFOGRÁFICO – Linha do tempo do tarifaço contra o Brasil
Arte/g1



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