Governo Lula anuncia corte bilionário, mas mantém silêncio sobre onde vai doer

Em meio a um cenário fiscal cada vez mais apertado, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta semana que será necessário cortar R$12,1 bilhões dos gastos ministeriais em 2025 para cumprir o teto de despesas.


Em meio a um cenário fiscal cada vez mais apertado, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta semana que será necessário cortar R$12,1 bilhões dos gastos ministeriais em 2025 para cumprir o teto de despesas. O valor supera os R$10,7 bilhões estimados em julho e revela uma folga cada vez menor para atingir a meta fiscal — que já prevê um déficit de R$30,2 bilhões, dentro da margem de tolerância de 0,25% do PIB.

Cortes sem rosto — por enquanto

Apesar da confirmação do bloqueio, o governo ainda não detalhou quais ministérios serão atingidos. A definição só será apresentada no fim do mês, deixando milhões de brasileiros em suspense sobre quais serviços públicos poderão ser afetados. A alta nas despesas obrigatórias — como Benefício de Prestação Continuada (BPC), saúde, abono salarial e seguro-desemprego — foi apontada como principal motivo para o aumento do bloqueio.

Enquanto isso, o brasileiro comum segue esperando para saber se o impacto será no posto de saúde, na escola do bairro ou no benefício que ajuda a colocar comida na mesa.

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Até programas sociais já foram afetados

Os programas sociais já começaram a sentir os efeitos da tesoura. O Bolsa Família, principal benefício de transferência de renda do país, sofreu um corte de R$7,7 bilhões no orçamento de 2025, afetando diretamente milhares de famílias de baixa renda. A justificativa oficial é a revisão de cadastros e combate a fraudes, mas o impacto na ponta é real e imediato.

Mesmo assim, há quem questione se os cortes anunciados pelo governo serão suficientes para equilibrar as contas.

Críticas do Congresso: ‘Só sabe gastar e subir imposto’

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), é um deles. O parlamentar não poupou críticas ao governo durante o evento Macro Day, promovido pelo BTG Pactual na segunda (21). Segundo ele, o Executivo evita enfrentar o debate sobre despesas obrigatórias e prefere aumentar impostos para recompor arrecadação.

“O corte de gastos não é o forte da política do governo. Isso está muito claro. O governo sempre procurou recompor a arrecadação aumentando sua faixa de arrecadação, subindo alguns tributos”, disparou Motta.

Ele também alertou que, se nada for feito, o próximo presidente — inclusive Lula, em caso de reeleição — terá que rediscutir o modelo de despesas obrigatórias, que vêm comprimindo o orçamento e sufocando a capacidade de implementar novas políticas públicas.

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Risco de paralisia e impacto no cidadão

Estudos da Consultoria de Orçamento da Câmara apontam que, se o ritmo atual de crescimento das despesas obrigatórias continuar, o Brasil pode enfrentar uma “paralisia” da máquina pública já em 2027. Isso significa menos recursos para saúde, educação, infraestrutura e segurança — áreas que afetam diretamente o cotidiano do cidadão.



Conteúdo Original

2025-09-23 09:52:00

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