O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que há espaço para o juro básico da economia, fixado pelo Banco Central para conter a inflação, recuar.
Segundo ele, a taxa nem deveria estar no atual patamar de 15% ao ano, o maior nível em quase 20 anos.
“Eu entendo que tem espaço para esse juro cair, acredito que nem deveria estar em 15% [ao ano]. Ele [presidente do BC, Gabriel Galípolo] tem os quatro anos de mandato dele, e ele vai entregar um resultado consistente ao Brasil (…) Eu não voto no Copom [colegiado do BC que define os juros]. Essa opinião, boa parte do mercado compartilha”, disse Haddad, em entrevista ao ICL notícias.
A taxa foi mantida pelo BC neste patamar pelo Banco Central na semana passada.
Desde o início deste ano, a autoridade monetária é chefiada por Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e já conta com maioria de diretores indicados na atual gestão também.
O ministro Haddad disse, ainda, que a inflação “nesse ano vai ser menor ou igual a do ano passado”. “Está voltando para patamares próximos do teto da banda [4,5% ao ano], importante trazer para dentro da banda. No horizonte permitido pelo sistema de metas [que é contínuo]”, declarou.
Como as decisões são tomadas
🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.
Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções de inflação estão em linha com as metas, é possível baixar os juros. Se estão acima, o Copom tende a manter ou subir a Selic.
Desde o início de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo de 3% será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Com a inflação ficando seis meses seguidos acima da meta em junho, o BC teve de divulgar uma carta pública explicando os motivos.
Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses.
Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o primeiro trimestre de 2027.
Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 4,83% (com estouro da meta), 4,29%, 3,9% e em 3,7%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC.
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