Ministério Público do Rio denuncia esquema de funcionários fantasmas ligados à milícia em Nova Iguaçu

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, por peculato e falsidade ideológica, dois funcionários fantasmas da Companhia de Desenvolvimento de Nova Iguaçu (Codeni), órgão da administração municipal. A denúncia aponta que os funcionários foram indicados por


O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, por peculato e falsidade ideológica, dois funcionários fantasmas da Companhia de Desenvolvimento de Nova Iguaçu (Codeni), órgão da administração municipal. A denúncia aponta que os funcionários foram indicados por um ex-policial civil que, antes de ser morto, havia sido expulso da corporação por envolvimento com a milícia. Uma terceira pessoa, também identificada na ação penal como miliciano e que recebia parte do salário de um dos funcionários, foi denunciada por peculato.

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A denúncia, oferecida pela 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial do Núcleo Nova Iguaçu, descreve que Cristiane Fernandes Vieira foi contratada em julho de 2021 por indicação do ex-policial civil David de Oliveira Maciel, demitido da corporação por participação em esquema de exploração de TV a cabo clandestina, atividade explorada pela milícia, e morto em 2022.

Cristiane era companheira de Washington das Neves Melo, que possui oito anotações criminais por homicídio, além de condenações por associação criminosa armada e porte ilegal de arma de fogo, tendo cumprido pena na Penitenciária Bandeira Stampa, unidade destinada à custódia de milicianos. Segundo a denúncia, no período em que foi contratada pela Codeni, Cristiane só comparecia ao local de trabalho apenas uma vez por mês para assinar a folha de ponto, tendo repassado mais de R$ 13 mil, de um total de R$ 41.250 que recebeu em salários, para Washington.

A investigação também apontou que Ademilson Teixeira de Souza, outro indicado por David, foi contratado no mesmo dia que Cristiane para exercer a função de vigilante. A denúncia destaca, porém, que o cruzamento de dados de geolocalização do celular de Ademilson, realizado pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), comprovou que o servidor nunca compareceu ao local de trabalho informado, apesar de assinar as folhas de ponto como se tivesse exercido a função.

O MPRJ, então, requereu a condenação dos denunciados pelos crimes praticados e a devolução aos cofres públicos dos valores recebidos indevidamente por Ademilson e Cristiane. A denúncia também pede a suspensão do exercício da função pública de Ademilson.

O que diz a prefeitura de Nova Iguaçu

A Prefeitura de Nova Iguaçu informa que a Companhia de Desenvolvimento de Nova Iguaçu (Codeni) exonerou Cristiane Fernandes e Ademilson Teixeira em junho de 2024.

Diz ainda que uma sindicância interna foi aberta em outubro de 2024 e outros funcionários já prestaram esclarecimentos ao Ministério Público.

O município afirma que não compactua com qualquer tipo de irregularidade e que está à disposição para colaborar com as autoridades.



Conteúdo Original

2025-09-22 20:59:00

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