Maduro rejeita acusações de tráfico de drogas e convida Trump para diálogo

O presidente venezuelano Nicolás Maduro rejeitou as alegações dos EUA de que ele é um traficante de drogas e pediu diálogo ao presidente Donald Trump, de acordo com uma carta divulgada por Caracas neste domingo, enquanto as tensões aumentam entre


O presidente venezuelano Nicolás Maduro rejeitou as alegações dos EUA de que ele é um traficante de drogas e pediu diálogo ao presidente Donald Trump, de acordo com uma carta divulgada por Caracas neste domingo, enquanto as tensões aumentam entre os dois países. A carta endereçada a Trump é datada de 6 de setembro e foi enviada dias depois de os Estados Unidos terem destacado oito navios de guerra para a costa nas cercanias da Venezuela e realizado o primeiro de vários ataques a barcos venezuelanos que Washington alega estarem transportando drogas. O primeiro ataque deixou 11 mortos.

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Maduro afirma que são “absolutamente falsas” as acusações sobre “vínculos com máfias e quadrilhas do narcotráfico”. “É a pior das fake news já lançadas contra nosso país para justificar uma escalada rumo a um conflito armado que causaria um dano catastrófico a todo o continente”, acrescenta o texto, no qual convida Trump a “preservar a paz com diálogo e entendimento em todo o hemisfério”.

Na sexta-feira, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, pediu que a ONU investigasse o que qualificou como “crimes contra a Humanidade” cometidos pelos Estados Unidos no Caribe, ao disparar mísseis contra lanchas que, segundo Washington, transportavam drogas.

“O uso de mísseis e armas nucleares para assassinar em série pescadores indefesos em uma pequena lancha são crimes contra a Humanidade que devem ser investigados pela ONU”, declarou Saab, citado em um comunicado de imprensa.

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores Yván Gil disse que a Venezuela pediu ao Conselho de Segurança da ONU que exija a cessação imediata das ações militares dos EUA no Mar do Caribe.

“As mesmas autoridades americanas alegam que essas ações resultaram em assassinatos extrajudiciais de civis, com a intenção de semear o terror entre nossos pescadores e nosso povo”, postou o ministro nas redes sociais. Ele afirmou que “é essencial que a soberania política e territorial da Venezuela e de toda a região do Caribe seja respeitada”.

Em agosto, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o deslocamento de forças navais para o Caribe, sob pretexto de atuarem no combate a cartéis do tráfico de drogas na região. Imediatamente, sinais de alerta se acenderam na Venezuela, onde o presidente Nicolás Maduro é acusado de ser o líder de uma organização criminosa conhecida como Cartel dos Sóis, associada ao comando militar local, e há uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua captura — Caracas nega qualquer relação de Maduro ou seus comandantes com o grupo.

Estados Unidos aumentam presença militar no Caribe — Foto: Editoria de Arte

Desde então, ao menos quatro barcos acusados de serem ligados ao tráfico foram destruídos pelos americanos — em um dos ataques, no começo do mês, 11 pessoas morreram, o que levantou questões sobre a legalidade das ações dos EUA, inclusive por parte dos parlamentares de oposição a Trump. Até o momento, a Casa Branca nega ter planos para derrubar Maduro.

Pelo lado venezuelano, o governo ordenou que suas Forças Armadas fossem colocadas em estado de alerta, e lançou uma campanha para que os cidadãos se juntem a milícias voluntárias, uma iniciativa que, segundo o Palácio de Miraflores, atraiu milhões de pessoas. Nos últimos dias, também foram convocados exercícios de treinamento básico para o emprego de armas de fogo e de táticas de combate. No sábado, esses treinamentos foram realizados em mais de 300 quartéis no país.



Conteúdo Original

2025-09-21 16:42:00

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