Moradores relatam medo e noite sem dormir após tentativa de roubo no Morumbi: ‘Muito barulho de tiro’

Arrastões, feridos e ação com quase 80 tiros: onda de roubos a casas de luxo assusta região do Morumbi A ação, porém, foi frustrada. A movimentação do grupo chamou a atenção de vizinhos, que acionaram a polícia. Quando os agentes


  • Arrastões, feridos e ação com quase 80 tiros: onda de roubos a casas de luxo assusta região do Morumbi

A ação, porém, foi frustrada. A movimentação do grupo chamou a atenção de vizinhos, que acionaram a polícia. Quando os agentes chegaram, houve trocas de tiros e, durante a fuga, alguns assaltantes pularam nos telhados das casas e um deles chegou a adentrar uma residência e fazer um morador refém na Rua Desembargador Almeida Pires.

A busca pelos criminosos durou horas, e se estendeu até a manhã desta sexta-feira. Nas ruas, o clima era de apreensão, principalmente porque outros integrantes do grupo — ainda não se sabe quantos criminosos participaram da ação — ainda não foram encontrados. Duas pessoas foram presas.

Creche na qual os bandidos entraram antes de tentar invadir condomínio, que fica logo atrás: policiais chegaram ao local e houve troca de tiros com bandidos — Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo

Maria Aparecida de Oliveira, que tem 69 anos, mora no bairro há 50, e diz que historicamente a região é tranquila, mas que nos últimos tempos a situação vem mudando. Ela faz parte do grupo de vigilância solidária do bairro, e começou a conversar com os vizinhos por WhatsApp assim que ouviu os primeiros barulhos.

— “É tiro, é tiro”, começaram as mensagens. E aí ficamos tentando entender da onde vinha, e percebemos que vinha de perto da escola. Mas ninguém teve coragem de sair de casa, ficamos só tentando ver pelas janelas e conversando no grupo. Olha, eu estou tremendo até agora, porque aqui no bairro é uma delícia, um pedacinho do céu. Era, né? — relatou ao GLOBO, enquanto circulava de carro pelas ruas buscando por mais informações de vizinhos.

Ela diz que, nos últimos anos, a sensação de insegurança e os assaltos frequentes mudaram os hábitos dos moradores.

— Hoje é sexta-feira, é dia do roubo de aliança. Direto passam os caras de moto e assaltam, levam aliança, joia, celular, tudo. A gente sai sem nada para não ser roubado — conta.

Maria Aparecida Oliveira, que mora no bairro há 50 anos, relata sensação de insegurança e assaltos recorrentes numa região que antes era tranquila — Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo
Maria Aparecida Oliveira, que mora no bairro há 50 anos, relata sensação de insegurança e assaltos recorrentes numa região que antes era tranquila — Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo

A Vila Suzana faz parte de uma área conhecida como Portal do Morumbi, e a rua onde ocorreu a troca de tiros é composta sobretudo por sobrados de dois andares. Mas não muito longe dali ficam alguns condomínios de casas e apartamentos de luxo, e a região como um todo tem sofrido com uma onda de roubos, como mostrou reportagem do GLOBO em junho. O problema tem feito moradores contratarem serviços de segurança, e totens de câmeras de monitoramento são vistos com frequência em todo o bairro.

O taxista Antônio Barbosa também foi acordado com o ruído dos disparos e do helicóptero da Polícia Militar, que sobrevoou o bairro a madrugada inteira em busca dos criminosos.

— Eu fiquei lá dentro de casa esperando a poeira baixar, aí o pessoal saiu na rua. Foi barulho de tiro, muito tiro. Mas eles não queriam roubar essas casas da gente aqui na rua não, queriam roubar o condomínio fechado, que é de luxo. Aqui costumava ser tranquilo — disse, ainda surpreso pelo ocorrido nesta noite.

A aposentada Evanda Ribeiro, 84 anos, mora no bairro há três e se assustou quando, por volta das 2h15, ouviu barulhos de tiros, de viaturas e de helicópteros próximos a sua casa. Depois, o barulho veio dos vizinhos que saíram nas ruas para entender o que estava acontecendo, e a movimentação se estendeu até a manhã, quando os policiais entraram na casa de muitos moradores para verificar se não havia nenhum criminoso escondido.

— Os policiais entraram aqui, subiram no meu telhado, eu nunca tinha visto tanto policial. Eu não dormi, né, não tem como. Nunca tinha acontecido alguma coisa assim antes — relata a senhora.

Apesar de dizer que não sente medo de viver no bairro, conta que os assaltos têm sido cada vez mais comuns e, há alguns meses, ela foi assaltada na frente de casa, por volta das 11h de um sábado, quando estava indo para a feira.

— Eles roubaram anel, colar, tudo. Sorte que era tudo bijuteria — relembra.



Conteúdo Original

2025-09-19 14:58:00

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