- Ruy Ferraz Fontes: o que se sabe sobre a execução de ex-delegado-geral de SP, jurado de morte pelo PCC
- Três semanas antes de ser executado, ex-delegado-geral de SP disse temer pela própria vida: ‘Tenho proteção de quem?’
“O delegado aposentado Ruy Ferraz Fontes deixou um legado marcante na Segurança Pública de São Paulo. Pioneiro nas investigações contra o PCC, dedicou 40 anos à Polícia Civil, chegando ao cargo de delegado-geral da instituição. Ontem, foi covardemente assassinado em Praia Grande, onde atuava como secretário de Administração da prefeitura. Estamos trabalhando para identificar e prender os criminosos responsáveis, para que sejam exemplarmente punidos pela Justiça, com todo o rigor da lei.”, publicou o governador na manhã desta terça-feira.
O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), ex-ministro da Justiça no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), definiu Fontes como um “corajoso delegado” que enfrentou o crime organizado, lembrando que o policial “comandava a polícia quando os líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) foram isolados em presídios federais de segurança máxima”.
“Triste dia para as forças da lei. O crime não pode prevalecer. Que os assassinos sejam identificados e punidos com o máximo rigor”, lamentou o parlamentar.
Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) lamentou a morte de Fontes, e afirmou que “facção é terrorismo, e com terrorista não existe diálogo”. A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), por sua vez, destacou que o crime “expõe a brutal violência com que o crime organizado vem desafiando o Estado e a sociedade”, e pediu uma investigação “rigorosa e inteligente”.
Nas redes sociais, o secretário da Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, lamentou o assassinato e informou que o governo determinou prioridade nas investigações. O secretário também publicou um vídeo ao lado do atual delegado-geral do estado, Artur José Dian, para anunciar a criação de uma força-tarefa e afirmar que houve reforço no policiamento ostensivo na região onde o crime ocorreu.
“O momento é de luto, mas também de muito trabalho para identificar, o mais rápido possível, os criminosos que participaram dessa ação covarde”, afirmou Derrite. “Eu confio no trabalho da Polícia Civil e não tenho dúvidas nenhuma que esse crime será elucidado”.
O deputado estadual Delegado Olim (PP), também por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais, disse ter trabalhado com Fontes no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), e chamou o ex-delegado de “parceiro doutor”. “A polícia vai achar quem fez essa barbárie”, disse.
“Vamos atrás desses malditos. Ele trabalhou muitos anos no Deic, trabalhou comigo, quando eu saí da Divisão do Patrimônio ele entrou no meu lugar, depois ele foi delegado-geral. Vários anos, eu como deputado e ele como delegado-geral. O parceiro doutor Ruy”, lembrou o parlamentar.
Do mesmo partido de Olim, o deputado estadual Capitão Telhada (PP) se manifestou sobre o assassinato de Fontes, ressaltando o risco da rotina policial como “uma realidade que muitas vezes as câmeras não mostram”.
2025-09-16 08:02:00