Decisão entre Timão e Cruzeiro levou mais de 41 mil torcedores a Itaquera, superou jogos do masculino no fim de semana e registrou a maior renda da história da modalidade no país
A final do Campeonato Brasileiro Feminino 2025, disputada no domingo (14) entre Corinthians e Cruzeiro, levou 41.130 torcedores ao estádio do Timão em Itaquera, na zona leste de São Paulo. O público foi superior ao registrado em partidas do futebol masculino no mesmo fim de semana em estádios como Maracanã, Palestra Itália e Morumbi, confirmando a ascensão da modalidade no país. Foi o quarto ano consecutivo em que a decisão ocorreu no estádio corintiano. O número, no entanto, não superou os recordes de 2023 (42.566 presentes) e 2024 (44.529), mas garantiu a maior renda da história do futebol feminino brasileiro, com aproximadamente R$ 1,2 milhão.
O Corinthians concentra hoje os cinco maiores públicos da história da modalidade no Brasil. No jogo de ida da final, em Belo Horizonte, 19.163 pessoas haviam comparecido ao Independência, até então o maior público de 2025.
Para a médica do esporte Flávia Magalhães, que já integrou a equipe da seleção feminina, os números têm um valor simbólico:
“Esses recordes de públicos são reflexo de anos de luta por espaço e investimento. Além da celebração esportiva, carregam um peso simbólico: mostrar às meninas que o futebol feminino é viável, profissional e inspira novas gerações a acreditarem em seus sonhos.”
Audiência e repercussão
A decisão transmitida pela TV Globo registrou 11 pontos de audiência na Grande São Paulo, de acordo com dados do Notícias da TV. O índice representa um crescimento de 11,5% em relação à média da fase final do campeonato nos últimos dois meses.
No comparativo com o futebol masculino, a final feminina superou os 21.091 presentes em Fluminense x Corinthians, no Maracanã, e também os 38.713 torcedores que foram ao Morumbi assistir São Paulo x Botafogo. Apenas Palmeiras x Internacional, no Allianz Parque, registrou público próximo, com 39.640 pessoas.
Crescimento do mercado
O aumento do público e da audiência reflete também no interesse comercial. O campeonato contou com patrocínios de empresas como Start Bet e Luck.bet. Para Diego Bittencourt, CMO da Start Bet, investir no futebol feminino significa participar de um processo de consolidação:
“O futebol feminino brasileiro está passando por uma fase de ampliação, não apenas no desempenho das atletas e nas conquistas em campo, mas também no aumento expressivo da visibilidade e da presença midiática proporcionada por transmissões televisivas e pelo interesse crescente do público.”
Na mesma linha, Vitor Paulin, da Luck.bet, destacou o potencial de crescimento: “A modalidade vive uma trajetória de ascensão, com um potencial muito grande. Estar presente nas finais é uma forma de dialogar com um novo público e apoiar o esporte”.