Prefeitura de Maricá homenageia Conceição Evaristo com ato simbólico em defesa da memória e resistência negra

Foto: Bernardo GomesA Prefeitura de Maricá prestou, na manhã desta segunda-feira (15/09), uma homenagem à escritora Conceição Evaristo, em frente à casa onde ela reside, no bairro Divinéia. O ato simbólico celebrou a resistência e a ancestralidade representadas



Foto: Bernardo Gomes

A Prefeitura de Maricá prestou, na manhã desta segunda-feira (15/09), uma homenagem à escritora Conceição Evaristo, em frente à casa onde ela reside, no bairro Divinéia. O ato simbólico celebrou a resistência e a ancestralidade representadas pelo Pé de Mulungu, árvore cortada em março deste ano e que, desde então, renasce a partir de uma muda que brotou no mesmo local.

A cerimônia contou com o plantio de novas sementes da espécie e a entrega de uma placa à autora, exaltando a importância da preservação cultural e da memória negra.

“É uma árvore que está presente em alguns ritos sagrados africanos. Fora isso, o Mulungu é uma planta sedativa, que serve para controlar a pressão arterial. Por nossa potência também de estar sempre reinventando os caminhos da vida, essa planta simboliza uma estratégia de defesa”, afirmou Conceição, destacando o significado profundo do gesto.

Conhecida popularmente como “amansa senhor”, o Mulungu possui propriedades calmantes e é carregada de simbolismo cultural. Para Conceição, a resistência da árvore é também uma metáfora da luta dos povos negros, indígenas e pobres diante da opressão.

“Foi uma alegria muito grande perceber que muitos se mostraram preocupados quando a árvore foi cortada. Pensando em uma analogia, há um momento em que a verdade aparece e vence. Há um momento em que, mesmo com tantas dificuldades, o bem há de vencer o mal. A resistência foi maior”, disse.

Além de reavivar memórias, o corte do Mulungu inspira também a literatura. A autora revelou que o episódio tem sido uma das fontes criativas para um novo romance em construção. Em breve, os leitores que já se encantaram com as obras como “Ponciá Vicêncio”, “Becos da Memória”, Canção Para Ninar Menino Grande” e “Olhos d’agua” vão poder ler também “Flores de Mulungu”.

Refúgio em Maricá

Moradora de Maricá há mais de uma década, Conceição Evaristo encontrou no bairro Divinéia um espaço de descanso e inspiração para sua produção literária.

“A minha experiência com Maricá é maravilhosa. Quando acordei e vi essa lagoa um dia, na mesma hora me imaginei morando aqui. Já se vão mais de 10 anos desde então. É um lugar de descanso, de paz e de tranquilidade. Acho, inclusive, que isso é o que todo ser humano procura. Esse pedaço me oferece muita oportunidade de estar comigo mesma e estar em contato com a natureza”, relatou.



Conteúdo Original

2025-09-15 15:42:00

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