Polícia boliviana identifica rede de falsificação de documentos ligada a Mijão, liderança do PCC

A polícia boliviana identificou uma rede de falsificadores de documentos que ajudaram a manter o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Sérgio Luiz de Freitas Filho, o Mijão, em liberdade no país sob uma identidade falsa. O esquema, que


A polícia boliviana identificou uma rede de falsificadores de documentos que ajudaram a manter o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Sérgio Luiz de Freitas Filho, o Mijão, em liberdade no país sob uma identidade falsa. O esquema, que também beneficiaria outros traficantes, envolvia “pessoas com vínculos institucionais”, segundo a Agência Boliviana de Informações.

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No último domingo, o Fantástico, da TV Globo, revelou que Mijão vivia na cidade de Santa Cruz de La Sierra em casas de luxo. O líder do PCC é acusado de envolvimento em planos para matar o promotor de Justiça Amauri Silveira Filho, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Campinas.

Mijão teria usado uma certidão de casamento falsa para obter um documento de identidade boliviano. O vice-ministro de Regime Interior e Polícia, Jhonny Aguilera, afirmou que o caso do brasileiro não é um episódio isolado. A prática, segundo ele, é comum entre traficantes de drogas que vão à Bolívia se esconder.

“Esses passaportes, cédulas, carteiras de habilitação muitas vezes são obtidos em conluio com outras pessoas que possuem certos vínculos, relações com aqueles que estão encarregados, eu diria, da gestão desses documentos”, disse Aguilera.

No âmbito das investigações, outros dois brasileiros já foram deportados e uma mulher foi presa por estar em posse de armamento. Mijão usava empresas de fachada e negócios fictícios para justificar sua presença no país e movimentar dinheiro.

“No caso específico desse indivíduo, o ‘Mijão’, ele esteve ligado ao mundo, eu diria, do comércio relacionado à gastronomia (…), o que significa que a penetração foi relativa e que ele conseguiu, por meio dessas empresas fictícias, ferramentas-chave para justificar seu modo de vida e os ganhos ilícitos”, disse Aguilera.

Serginho Mijão leva uma vida de luxo na Bolívia enquanto as autoridades brasileiras tentam, com dificuldade, capturá-lo. Ele é considerado o principal nome da facção que está em liberdade. O programa da TV Globo detalhou que o homem mantém uma rotina em condomínios fechados, protegido por muros altos e segurança reforçada.

De acordo com o Fantástico, o traficante já morou em pelo menos seis mansões em Santa Cruz de La Sierra. Numa delas, tinha aluguel de quase R$ 30 mil, por mês; em outra, usufruía de quadra de tênis e de futebol, três piscinas e até um lago. Em janeiro deste ano, ele apareceu numa foto postada pelo enteado num empreendimento de alto padrão que conta com um lago artificial.

O homem usa uma identidade falsa, de nome Sérgio Noronha Filho. Ele está envolvido com o crime pelo menos desde 2013, quando a Polícia Federal recebeu um alerta do departamento antidrogas dos Estados Unidos, sobre uma quadrilha com atuação no Brasil, no Paraguai e na Bolívia. Serginho Mijão teria sido enviado ao país vizinho para fiscalizar o envio de pasta base de cocaína.

Foragido, ele chegou a ser visto em um jogo no Pacaembu, curtia praias no Guarujá e falava sobre compra de fuzis e lavagem de dinheiro com táxis no aeroporto de Viracopos, diz o Fantástico. Já na Bolívia, tem a vida marcada por festas e encontros com parentes e amigos.



Conteúdo Original

2025-09-13 07:20:00

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