Justiça determina bloqueio de bens de invasores e acelera desocupação dos prédios da Santa Casa na Praia do Flamengo – Agência de Notícias

Foto: Reprodução/GoogleMaps Com informações do Diário do Rio. O conjunto em estilo Art Déco pertenceu por décadas à Santa Casa da Misericórdia. A Justiça do Trabalho incluiu os prédios na lista de bens destinados a quitar dívidas da instituição. Cerca



Foto: Reprodução/GoogleMaps

Com informações do Diário do Rio. O conjunto em estilo Art Déco pertenceu por décadas à Santa Casa da Misericórdia. A Justiça do Trabalho incluiu os prédios na lista de bens destinados a quitar dívidas da instituição. Cerca de 1.503 trabalhadores aguardam há mais de 10 anos para receber suas verbas rescisórias.

Em 2023, o Banco BTG e a Performance Empreendimentos Imobiliários arremataram os prédios por R$ 75 milhões em leilão. As empresas planejam fazer retrofit e lançar um empreendimento de alto padrão. Corrigidos, os valores a serem repassados aos trabalhadores podem ultrapassar R$ 80 milhões. O pagamento, no entanto, só ocorrerá após a retirada dos invasores.

Documentos contestados e suspeitas

A Santa Casa sempre negou a validade das negociações citadas por moradores, que alegam ter comprado apartamentos de intermediários. O DIÁRIO teve acesso a documentos de vendas por valores entre R$ 50 mil e R$ 260 mil. Nenhum deles contém assinatura de representantes da instituição. Para a irmandade, as ocupações são fruto de invasões recentes, e a posse precisa ser devolvida integralmente para viabilizar a liquidação da dívida, que ainda soma R$ 130 milhões.

Desde a venda, os despejos ocorrem de forma gradual. Em maio, parte dos moradores assinou acordo para pagar R$ 2.700 mensais, valor que incluía aluguel e condomínio, até a saída definitiva. Outros resistem com apoio da FIST, federação ligada ao Movimento Sem Teto. O grupo é conhecido por atuar em invasões de imóveis em diferentes bairros do Rio. Documentos do processo ainda levantam suspeitas de envolvimento de milicianos na ocupação. Em visita ao local, a reportagem constatou a presença de automóveis de luxo na garagem, incluindo dois BMW novos e um BYD.

Valor de mercado x valores contestados

Apesar do péssimo estado de conservação, os prédios ficam em uma das áreas mais caras do Flamengo. O arquiteto Robert Prentice projetou o conjunto, doado por Alberto Barth à Santa Casa. As varandas arrojadas, plantas amplas e as vagas de garagem no subsolo reforçam o potencial de valorização após a requalificação.

Segundo o corretor Marcos Queiroga, consultado pelo DIÁRIO DO RIO, os valores pagos nas negociações contestadas não refletem a realidade. “Um apartamento de dois quartos no quarteirão não sai por menos de R$ 1 milhão. Os de três quartos giram em torno de R$ 1,5 milhão, e os de quatro podem alcançar R$ 2,5 milhões, dependendo da vista”, explicou.

Por fim, Queiroga destacou que a chamada “venda de posse” raramente ocorre na Zona Sul do Rio. “Imóveis dessa região possuem documentação, e pagar R$ 260 mil por um apartamento ali não compra nada além de um conjugado em área inferior.”



Conteúdo Original

2025-09-12 11:54:00

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