Neste cenário, o Maginot, trazendo cinco espécies alienígenas diferentes coletadas com óbvios propósitos militares – o xenomorfo entre eles – despenca em território Prodigy, outra mega corporação futurista. Todos querem a carga biológica, uma busca que se divide principalmente entre um grupo de híbridos da Prodigy e um ciborgue a serviço da W/Y, único sobrevivente da nave condenada.
O primeiro episódio começa justamente com ele, Morrow (o ótimo Babou Ceesay), preparando-se para a queda após toda a tripulação estar morta – e sob ameaça de um xenomorfo desgarrado. Depois deste breve prólogo, é estabelecida a protagonista da série em Wendy (Sydney Chandler), híbrido que ainda se adapta a seu corpo adulto – ela tem 12 anos e fez a transição, pois seu corpo humano sofria de doemça terminal. As citações a Peter Pan podem parecer exageradas, mas são pertinentes ao texto.
Isolada ao lado de seus pares sob os cuidados da equipe de Boy Kavalier (Samuel Blenkin), o poderoso dono da Prodigy, ela insiste em ser destacada para investigar o local da queda, na esperança de encontrar seu irmão socorrista, Hermit (Alex Lawther), que desconhece sua atual condição. Os quatro primeiros episódios de “Alien: Earth” são dedicados a estabelecer seus personagens, seus conflitos e riscos, e apresentar a ameaça de não um, mas de uma multitude de aliens. É uma dinâmica diferente que de fato impulsiona toda a mitologia.
Até que chegamos ao quinto episódio – e aí começa o verdadeiro inferno. Voltamos um pouco no tempo, nos dias que antecederam a queda da Maginot em território Prodigy, e o que aconteceu para a tripulação perder o controle e transformar a nave num míssil apontado para a Terra. Aqui a influência tanto de “Alien” quanto de “Aliens” surgem em perfeito equilíbrio, revelando todo o potencial de “Alien: Earth”.
A trama dispara de forma familiar, a tripulação se revezando em sua hibernação, encerrando uma missão de exploração que durou 65 anos. A sanha capitalista sugere um sabotador que altera a configuração da nave, travando uma rota de colisão inevitável. Em meio ao caos de desconfiança e paranoia, as criaturas coletadas na missão burlam seu confinamento, e o resultado para a tripulação não é bonito. Dirigido pelo próprio Noah Hawley e batizado “No Espaço Ninguém Poderá…”, uma alusão à frase gravada no poster do “Alien” original, o episódio é repulsivo, violento, desenha ótimos personagens e termina num gatilho que altera toda a percepção para a reta final da série.
2025-09-10 12:15:00