“Eu queria muito voltar a trabalhar com Jon e explorar melhor a relação de nossos personagens”, conta Affleck. “Quando vi a estrutura que Gavin e (o roteirista) Bill Dubuque arquitetaram, ficou óbvio para mim que eu teria de fazer o filme.” Ao contrário da produção original, contudo, o astro entrou no projeto também como produtor por meio de sua empresa, a Artists Equity, ajudando a manter a visão do diretor para o projeto.
“Nossa filosofia é prover liberdade, controle e senso de autoria para o cineasta”, continua Affleck, esmiuçando a produtora que ele iniciou ao lado do amigo Matt Damon. “Essas pessoas trazem sua paixão ao projeto, então damos espaço para que eles tenham controle criativo sem passar por um comitê, com a liberdade de usar o orçamento como achar melhor.”
Ao contrário de outros filmes produzidos pela Artists Equity, como o recente “Pequenas Coisas Como Estas”, projeto de Cillian Murphy, “O Contador 2” está alocado em um grande estúdio, no caso a MGM/Amazon. “Fazemos menos filmes do que os grandes estúdios”, explica. “Então dedicamos mais tempo às necessidades de cada projeto, além de garantir a nosso parceiro de produção que, se o filme passar do orçamento, cobrimos o excedente, se precisar de refilmagens, pagaremos por ela.”
Affleck explica que essa abordagem deixa os cineastas mais seguros e também mais envolvidos, participando de decisões orçamentárias, o que habitualmente produtores blindam de seus artistas. “Confiamos muito nos cineastas e é um modelo que tem funcionado muito bem”, diz. “O artista tem voz, assim como o estúdio parceiro. No caso desse filme, a primeira vez que vi uma versão achei que já estava excelente e que poderia ser lançado daquele jeito. É um final do tipo ‘felizes para sempre’.”
