O deputado estadual Thiego Santos, conhecido como TH Joias, foi preso pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (3/9) na operação Zargun, que investiga um esquema de corrupção envolvendo a liderança do Comando Vermelho.
Segundo as apurações, o esquema sob suspeita também envolveria agentes públicos como um delegado da PF, policiais militares e ex-secretários.
Antes da carreira política, Thiego ficou conhecido no ramo das joias, com peças de designs que chegaram a ser usadas por pessoas famosas como o jogador de futebol Neymar, a cantora Ludmila e Nego do Borel.
Ele herdou esse ofício do pai, Juberto. Segundo ele, desde criança acompanhou o pai nas funções de ourives e na administração da loja de sua família no centro de Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Empossado em 2024, ele recebeu 15.105 votos para ocupar um cargo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Lá, segundo ele, busca elaborar leis para “proporcionar maior cidadania às camadas menos favorecidas da sociedade”.
Em 2017, TH chegou a ser preso pela Delegacia de Combate às Drogas do Rio de Janeiro após ser acusado de articular tráfico de drogas e de armas na capital carioca. Segundo a investigação da época, ele também usaria a empresa para lavar dinheiro.
Agente da Polícia Federal durante operação
Operação Zargun
São cumpridos 18 mandados de prisão preventiva, 22 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens totalizando R$ 40 milhões no âmbito da operação, batizada de Zargun.
Também são cumpridos o afastamento de agentes públicos, transferência emergencial de lideranças da facção para presídios de segurança máxima. As ações foram autorizadas pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região.
As investigações identificaram um esquema de corrupção envolvendo a liderança da facção no Complexo do Alemão. Segundo a PF, a organização se infiltrava na administração pública para garantir impunidade e acesso a informações sigilosas, além de importar armas do Paraguai e equipamentos antidrone da China, revendidos até para facções rivais.
Segundo a PF, os crimes investigados são organização criminosa, tráfico internacional de armas e drogas, além de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
A operação foi uma ação conjunta entre a PF, o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Rio de Janeiro e a PCERJ, por meio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Rio de Janeiro (FICCO/RJ).
2025-09-03 08:31:00