Paraná Clube recebe proposta milionária por SAF; veja valores e detalhes

Paraná está na Segundona estadual e sem divisão nacional para 2026. Allexandre Fellipe/Paraná O Paraná Clube recebeu uma nova proposta vinculante para a venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A oferta de R$ 250 milhões por 90%, obtida por


Paraná está na Segundona estadual e sem divisão nacional para 2026. Allexandre Fellipe/Paraná

O Paraná Clube recebeu uma nova proposta vinculante para a venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A oferta de R$ 250 milhões por 90%, obtida por exclusividade pelo Lance!, foi realizada pelo empresário Eduardo Nagib Gomes de Salles na terça-feira (26).

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A documentação já está protocolada na Justiça, dentro do processo de Recuperação Judicial (RJ), e traz o detalhamento do investimento. A proposta de 10 anos prevê R$ 120 milhões para pagamento das dívidas, e R$ 130 milhões para investimento no futebol e em estrutura.

Procurado, o empresário não quis se pronunciar. O Tricolor não comenta o assunto.

– Por questões de estratégia e sigilo profissional, por ora, não nos pronunciaremos sobre a proposta ou sobre o proponente. No mais, avançaremos sobre tais questões nos autos – afirmou o advogado Rodrigo Gomes, que representa Salles, em nota.

Os detalhes da proposta da SAF do Paraná Clube

Dívida (R$ 120 milhões)

  • R$ 66 milhões em 120 parcelas de R$ 550 mil – Recuperação Judicial
  • R$ 54 milhões em 120 parcelas de R$ 450 mil – Receita Federal e Banco Central

A ideia do investidor é destinar R$ 1 milhão mensal para as dívidas do clube, divididas entre credores concursais (55%) e extraconcursais (45). Por ano, o débito cairia em R$ 12 milhões. Ao todo, serão 120 parcelas de R$ 1 milhão.

Futebol (R$ 130 milhões)

  • R$ 60 milhões para o futebol profissional
  • R$ 30 milhões para a construção de um Centro de Treinamento
  • R$ 12 milhões para as categorias de base
  • R$ 12 milhões para o Plano de Desenvolvimento Educacional e Social (escolinhas de futebol, programas de educação e cidadania e inclusão de jovens em vulnerabilidade social)
  • R$ 7,2 milhões para folha de colaboradores (CLT e terceiros)
  • R$ 4,8 milhões para marketing (marca, sócio-torcedor e ativação de mídia)
  • R$ 4 milhões para infraestrutura (melhorias e aquisições operacionais)

Dentro do futebol, o empresário pretende aumentar o investimento em caso de acessos dentro do Campeonato Paranaense e do Campeonato Brasileiro. Atualmente, o Paraná está na Segundona estadual e não possui divisão nacional.

Além disso, o investidor se compromete a usar outras verbas, como receitas de TV, premiações, patrocínios, bilheteria, entre outros, diretamente no departamento de futebol. Salles também deixa claro que não quer vender patrimônios, como a sede da Kennedy.

Governança e transparência

  • conta exclusiva para pagamento dos credores
  • criação do Comitê de Acompanhamento (administrador judicial e representantes dos credores e da SAF)
  • relatórios trimestrais (balanços financeiros e indicadores de desempenho)
  • auditoria independente anual dos fluxos dos credores e do investimento

O empresário Eduardo Nagib Gomes de Salles protocolou na Justiça uma Carta Fiança Fidejussória de R$ 250 milhões como garantia do negócio por um prazo de 30 dias. A empresa Contrata Garantia Afiançadora e Securitizadora, com capital de R$ 2 bilhões e faturamento anual de R$ 74 milhões, é a garantidora – ele é um dos sócios.

Paraná Clube desiste de torneio por falta de dinheiro

No mês passado, o Paraná desistiu de disputar a Taça FPF por falta de dinheiro. A competição dá vaga para a Copa do Brasil de 2026.

O torneio, que não acontecia desde 2019 e será jogado a partir de setembro, era um pedido recorrente do próprio Paraná por estar sem calendário nacional. O clube jogou a Série D pela última vez em 2022 e caiu novamente para a Segundona do Campeonato Paranaeste nesta temporada.

Para justificar a desistência, o Tricolor citou a “inviabilidade econômica e estrutural do torneio” e lamentou que a Taça FPF dará vaga para a Copa do Brasil e não para o Brasileirão. A retomada da competição, vale lembrar, estava programada no calendário da Federação Paranaense de Futebol (FPF) desde novembro do ano passado.

Além disso, o Paraná cita que está “em tratativas envolvendo a venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF)”. O grupo em questão é formado por investidores do Brasil e do exterior e negocia a compra de 90% das ações desde março de 2025.

A tratativa da SAF, entretato, tem um grande impasse com os credores da Recuperação Judicial (RJ). Eles ainda não receberam pagamento desde a homologação em setembro de 2023 e rejeitam as propostas de maiores descontos – os atuais variam de 40% a 50%.

Em crise no futebol, Paraná Clube aposta em outros esportes

Com calendário curto no futebol, o Paraná Clube decidiu apostar em outros esportes para manter a torcida ativa em uma (longa) fase de crise no futebol. De forma terceirizada, o Tricolor possui equipes de futsal, futevôlei, futebol americano e fut7.

O futsal, que disputa o Campeonato Brasileiro, é gerenciada por uma associação. O futevôlei é uma parceria com o Copacabana Sports, centro de treinamento no bairro Capão da Imbuia, em Curitiba. Já no futebol americano, o Tricolor se juntou com o Guardian Saints, uma das principais equipes paranaenses na modalidade. Por fim, no fut7, a equipe treina na sede da Kennedy e participa de torneios estaduais.

Paraná Clube tem prejuízo de R$ 8,4 milhões em 2024

De acordo com o balanço financeiro, o Paraná teve prejuízo de R$ 8,4 milhões no ano passado. O clube disputou apenas a Segundona do Campeonato Paranaense, competição vai jogar novamente em 2026 após a queda neste ano.

Já a dívida total subiu de R$ 162,7 milhões para R$ 171,6 milhões.





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