O bairro Balneário de Carapebus, na Serra (ES), viveu um episódio que poderia ter saído direto dos noticiários sobre a Faixa de Gaza. Mas não: foi aqui, no Brasil, que a pequena Alice Rodrigues, de apenas seis anos, foi assassinada com um tiro na cabeça, dentro do carro da família, que foi metralhado por traficantes armados com fuzis e uma granada, que o governo Lula se recusa a chamar de terroristas. O pai e a mãe da menina – grávida – também foram baleados.
Lágrimas por Gaza, indiferença por Alice
Lula já foi visto chorando ao falar das crianças mortas na Faixa de Gaza, emocionado diante da tragédia internacional. Mas nenhuma lágrima foi derramada por Alice. Nenhuma declaração pública, nenhum gesto simbólico, nenhuma visita à família devastada.
A comoção seletiva escancara uma desconexão dolorosa: quando o sangue inocente é derramado fora do país, há indignação e lágrimas; mas quando o terror bate à porta das famílias brasileiras, o silêncio institucional prevalece.
Uma tarde de terror: Alice, 6 anos, assassinada por traficantes no ES
O crime ocorreu na tarde de domingo (24), quando criminosos do Primeiro Comando de Vitória (PCV) confundiram o veículo da família com o de uma facção rival, o Terceiro Comando Puro (TCP). O carro, um Peugeot cinza escuro, voltava da praia com Alice, seu pai Keique Rodrigues e sua mãe Leiza, grávida de oito meses. O veículo acabou crivado de balas e a menina foi atingida fatalmente na cabeça. O pai e a mãe foram feridos de raspão.
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Arsenal de guerra: fuzis, granada e esquadrão antibombas
O arsenal utilizado pelos criminosos foi digno de uma zona de guerra: cápsulas de munições de diferentes calibres foram recolhidas pela perícia, além de uma granada deixada próxima ao carro abandonado pelos atiradores. O Esquadrão Antibombas precisou ser acionado para garantir a segurança da área.
Dois dias antes, no mesmo bairro, outro ataque com fuzis já havia sido registrado, evidenciando uma escalada de violência que transforma comunidades em campos de batalha.

Silêncio seletivo: Lula condena ataques em Israel, mas ignora terror doméstico
Apesar da gravidade do caso, o silêncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante da morte de Alice contrasta com sua rápida condenação aos ataques em Israel. Enquanto o governo se posiciona firmemente sobre conflitos internacionais, evita classificar como terrorismo os atos de facções que aterrorizam famílias brasileiras. A omissão diante da barbárie interna levanta questionamentos sobre prioridades e coerência.
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Impunidade institucional: leis ultrapassadas e política de desencarceramento
A tragédia escancara o fracasso de uma legislação penal ultrapassada e de políticas de desencarceramento do governo Lula que, sob o discurso de ressocialização, acabam por alimentar a impunidade. Bandidos seguem nas ruas, armados até os dentes, enquanto inocentes como Alice são ceifados em plena luz do dia. A guerra entre facções pelo domínio territorial e pelo tráfico de drogas não dá trégua, e o Estado parece cada vez mais ausente.
Gaza é aqui: o Brasil sangra enquanto o Estado se omite
Se Gaza é sinônimo de conflito, dor e destruição, o Brasil, com episódios como esse, não fica atrás. Gaza é aqui — onde crianças morrem em ataques com fuzis e explosivos, e o silêncio institucional ecoa tão alto quanto os tiros que tiraram a vida de Alice.
2025-08-26 07:00:00