Levantamento divulgado nesta segunda-feira (25) pelo instituto Paraná Pesquisas mostra que 53,6% dos brasileiros desaprovam a gestão de Lula (PT), enquanto apenas 42,9% demonstram apoio ao governo petista.
O estudo também aponta um dado alarmante para o Planalto: 63,6% dos entrevistados que desaprovam Lula participaram de cultos evangélicos nos dez dias anteriores à pesquisa.
Esse número reforça a dificuldade do presidente em dialogar com um dos segmentos mais influentes do eleitorado brasileiro, historicamente mais alinhado a pautas conservadoras e críticos da agenda progressista do governo.
A pesquisa do instituto Paraná Pesquisas foi realizada entre os dias 17 e 21 de agosto de 2025, por meio de entrevistas presenciais em 2.020 municípios brasileiros. A margem de erro de 2,2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
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Rejeição regional escancara divisão geográfica
A pesquisa da Paraná Pesquisas também revela um cenário de polarização regional na avaliação do governo Lula. Enquanto o Nordeste se mantém como bastião de apoio ao presidente, com 54,4% de aprovação, as regiões Sul e Sudeste concentram os maiores índices de rejeição, ambas com 57,2% de desaprovação. No Norte e Centro-Oeste, a aprovação é de 41,8%, mas ainda inferior à desaprovação registrada.
Esses dados evidenciam que, fora dos redutos eleitorais tradicionais do PT, a imagem do governo enfrenta resistência consolidada, dificultando avanços em áreas estratégicas para qualquer projeto de reeleição ou manutenção de influência nacional.
Campanhas oficiais tentam reverter desgaste
Diante da persistente rejeição, o governo tem intensificado esforços para capitalizar o momento político por meio de campanhas pagas e impulsionadas nas redes sociais, além de mensagens institucionais veiculadas em meios tradicionais como TV, rádio, jornais e portais de notícias.
A estratégia busca reforçar narrativas positivas sobre ações do governo e responder a críticas, especialmente em temas econômicos e sociais. No entanto, os dados da Paraná Pesquisas indicam que o impacto dessas ações tem sido modesto, sem alterar significativamente a percepção negativa consolidada entre grande parte da população.
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Tarifaço de Trump não reverte desgaste
Nem mesmo a tentativa de capitalizar politicamente o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros — apresentado pelo governo como um ataque à soberania nacional — foi suficiente para reverter a imagem desgastada do presidente.
A estratégia de comunicação, liderada pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, envolveu campanhas em redes sociais e veículos tradicionais, mas os resultados foram limitados.
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Inflação, rombo fiscal e escândalos corroem imagem
A rejeição ao governo é alimentada por fatores econômicos e éticos. O aumento persistente dos preços, o rombo nas contas públicas e a inflação que resiste a cair têm impactado diretamente o bolso dos brasileiros.
Além disso, escândalos como a fraude bilionária no INSS — que envolveu pagamentos indevidos e manipulação de dados previdenciários — voltaram a colocar em xeque a capacidade do governo de combater a corrupção e garantir transparência na gestão pública.
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Alinhamento internacional controverso
Outro ponto é a aproximação do Brasil com regimes autoritários, como China, Rússia, Venezuela, Irã, Cuba e Nicarágua, o que tem gerado desconforto entre aliados e acirrado a polarização política.
A postura do governo em fóruns internacionais tem sido vista por parte da população como um afastamento dos valores democráticos e uma guinada ideológica que não encontra respaldo majoritário.
Fragilidade política
Com a desaprovação ainda acima de 50% e a rejeição consolidada entre evangélicos e em regiões-chave do país, Lula segue enfrentando um momento de fragilidade política.
A tentativa de reposicionar sua imagem diante de crises internas e externas não tem surtido o efeito esperado, e o desgaste acumulado pode se tornar um obstáculo decisivo para suas ambições futuras.
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2025-08-25 10:03:00