Dólar abre em alta com política brasileira no radar e dados dos EUA

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho Eduardo Bolsonaro foram indiciados pela Polícia Federal O dólar abre a sessão desta quinta-feira (21) em alta. A moeda americana avançava 0,25%, cotada a R$ 5,487, por volta das 9h05. Já o Ibovespa,




O ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho Eduardo Bolsonaro foram indiciados pela Polícia Federal
O dólar abre a sessão desta quinta-feira (21) em alta. A moeda americana avançava 0,25%, cotada a R$ 5,487, por volta das 9h05. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
Os investidores acompanham o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por tentativa de coação a autoridades envolvidas na ação penal sobre o golpe de Estado.
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A decisão pode impactar a relação entre Brasil e Estados Unidos, já que o presidente norte-americano, Donald Trump, tem criticado a Justiça brasileira, acusando o Judiciário de promover uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente.
🔎 Ao anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros em 9 de julho, Trump vinculou a medida diretamente ao julgamento em que Bolsonaro é réu.
▶️ Em meio às tensões entre o STF e os EUA, e com o tarifaço como pano de fundo, uma pesquisa da Quest mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera em todos os cenários de 1º e 2º turno na disputa para as eleições de 2026.
A pesquisa traçou cinco cenários de 1º turno e nove cenários de 2º turno. A lista de eventuais candidatos inclui Lula, Bolsonaro, Tarcísio, Michelle Bolsonaro (PL), Ratinho Júnior (PSD), Eduardo Leite (PSD), Eduardo Bolsonaro (PL), Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União) e Flávio Bolsonaro.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana:+1,38%;
Acumulado do mês: -2,28%;
Acumulado do ano: -11,44%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: -1,23%;
Acumulado do mês: +1,20%;
Acumulado do ano: +11,96%.
Decisão de Dino afeta bancos
A decisão de Dino proferida no início da semana continua a pesar nas ações do setor financeiro. Isso porque além de indicar que leis e determinações de outros países não têm validade automática no Brasil por uma questão de soberania nacional, o ministro também proibiu instituições financeiras brasileiras de atender ordens de tribunais estrangeiros sem autorização expressa do STF.
A decisão bate de frente com a imposição da Lei Magnitsky por parte do governo dos EUA e levanta dúvidas sobre os eventuais impactos para bancos e empresas que operam no Brasil e no exterior.
Com isso, os bancos sofreram uma forte queda no pregão de ontem, puxando o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, para baixo. No pregão de hoje, a maioria dos papéis de bancos fechou em alta, aliviando parte das perdas. Veja abaixo:
Banco do Brasil (BBAS3): +0,51%
Bradesco (BBDC4): +0,13%;
BTG (BPAC11): -1,15%
Itaú (ITUB4): +0,17%
Santander (SANB11): +2,08%
Nesta quarta-feira, em entrevista à agência de notícias Reuters, o ministro do STF Alexandre de Moraes afirmou que tribunais brasileiros podem punir instituições financeiras nacionais que bloquearem ou confiscarem ativos domésticos em resposta às ordens norte-americanas.
O ministro reconheceu que a atuação da Justiça dos EUA em relação aos bancos brasileiros que têm operações nos Estados Unidos “é da aplicação da lei norte-americana”.
“Agora, da mesma forma, se os bancos resolverem aplicar a lei internamente, eles não podem. E aí eles podem ser penalizados internamente”, disse à Reuters.
A sanção com a Lei Magnitsky foi imposta a Moraes em julho pelo governo de Donald Trump, bloqueando todos os eventuais bens do ministro nos EUA, assim como qualquer empresa que esteja ligada a ele. Moraes também não pode realizar transações com cidadãos e empresas norte-americanas — usando cartões de crédito de bandeiras do país, por exemplo.
Aprovação do governo Lula sobe
A aprovação do governo Lula (PT) subiu três pontos e chegou a 46%, segundo pesquisa Quaest divulgada hoje. Já a desaprovação oscilou dois pontos para baixo, mas ainda representa 51% da população.
Veja os números:
Aprova: 46% (eram 43% na pesquisa de julho);
Desaprova: 51% (eram 53%);
Não sabe/não respondeu: 3% (eram 4%).
A diferença entre aprovação e desaprovação é a menor desde janeiro de 2025, quando havia empate técnico: 49% desaprovavam o governo Lula, enquanto 47%, aprovavam naquele mês.
Fluxo cambial
Em meio à aversão ao risco dos investidores, durante a tarde o BC divulgou os dados semanais do fluxo cambial.
Em agosto até o dia 15, houve um total positivo de US$ 149 milhões, em movimento puxado pela via financeira.
Pelo canal financeiro, contabilizou-se entradas líquidas de US$ 687 milhões. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações.
Já pelo canal comercial, o saldo foi negativo em US$ 538 milhões.
Olhando para a semana passada, de 11 a 15 de agosto, o fluxo total foi positivo em US$ 31 milhões. No acumulado do ano, o Brasil registra fluxo cambial total negativo de US$ 14,692 bilhões
Ata do Fed
Os dois membros do Federal Reserve que discordaram da decisão do banco central dos Estados Unidos de deixar a taxa de juros inalterada no mês passado pareceram isolados em seu apoio à redução dos juros já naquele encontro, segundo a ata da reunião divulgada hoje.
“Quase todos os participantes consideraram apropriado manter a faixa da taxa de juros entre 4,25% e 4,50% nesta reunião”, diz a ata do encontro de 29 e 30 de julho
Os diretores Michelle Bowman e Christopher Waller votaram contra a decisão de deixar os juros inalterados, favorecendo, em vez disso, uma redução de 0,25 ponto percentual para proteger a economia de um enfraquecimento ainda maior do mercado de trabalho. Foi a primeira vez desde 1993 que mais de um diretor discordou de uma decisão de política monetária.
Dados divulgados logo após o encontro reforçaram os alertas desses membros, ao mostrar uma criação de empregos abaixo do esperado, aumento do desemprego e queda na participação da força de trabalho — além de uma revisão que eliminou mais de 250 mil vagas antes contabilizadas.
No entanto, os dados desde então têm fornecido munição para o grupo mais preocupado com o risco de que o agressivo regime tarifário de Trump reacenda a inflação.
A redução dos juros nos EUA é uma pauta frequentemente defendida por Trump. O republicano já chegou a xingar o atual presidente da instituição, Jerome Powell, reiterando que o banqueiro central está atrasado na condução da política monetária norte-americana.
Em um novo capítulo, nesta quarta-feira, o republicano pediu que a diretora do Fed, Lisa Cook, renuncie, intensificando seus esforços para ganhar influência sobre o Fed — agora, com base em alegações feitas por um de seus aliados sobre as finanças pessoais da executiva.
“Cook deve renunciar, agora!!!”, escreveu Trump em suas redes sociais.
Bolsas globais
Os principais índices de Wall Street operam em queda, com o Nasdaq atingindo o menor nível em duas semanas. A pressão sobre as ações de tecnologia, que vinham liderando a recuperação do mercado desde abril, reflete a cautela dos investidores diante do simpósio do Federal Reserve em Jackson Hole.
Com isso, na abertura dos mercados, o Dow Jones perdia 0,04%, o S&P 500 caía 0,62% e o Nasdaq recuava 1,28%.
Já os mercados europeus apresentam desempenho misto, refletindo a recente queda das ações de tecnologia nos EUA. Embora não haja um motivo específico para o movimento, analistas apontam fatores como o aumento da influência do presidente Donald Trump sobre o setor e um cenário global de maior cautela.
Entre os principais índices, o STOXX 600 registra leve alta de 0,14%, enquanto o DAX da Alemanha recua 0,38%. O FTSE 100 do Reino Unido sobe 0,27%, o CAC 40 da França avança 0,02% e o FTSE MIB da Itália apresenta queda de 0,20%.
Na Ásia, as ações da China subiram para o nível mais alto desde 2015, impulsionadas pela migração de fundos para o mercado acionário, em meio à redução das tensões comerciais e à atuação de Pequim contra a concorrência excessiva
O índice de Xangai avançou 1,04%, encerrando o dia em 3.766 pontos, enquanto o CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve alta de 1,14%, a 4.271 pontos. O índice Hang Seng, referência de Hong Kong, subiu 0,17%, a 25.165 pontos.
Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 1,51%, a 42.888 pontos. Em Seul, o Kospi caiu 0,68%, a 3.130 pontos, e em Taiwan, o Taiex teve baixa de 2,99%, a 23.625 pontos. Já em Cingapura, o Straits Times se valorizou 0,08%, a 4.219 pontos, e em Sydney, o S&P/ASX 200 avançou 0,25%, a 8.918 pontos.
Notas de dólar.
Luisa Gonzalez/ Reuters
*Com informações da agência de notícias Reuters



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