Moradores de Copacabana exigem regulamentação urgente para aluguel por temporada

A paciência dos moradores de prédios residenciais em Copacabana chegou ao limite. Em audiência realizada nesta segunda-feira (18), a Comissão Especial da Câmara Municipal do Rio ouviu relatos contundentes sobre os impactos negativos do aluguel de curta temporada por plataformas


A paciência dos moradores de prédios residenciais em Copacabana chegou ao limite. Em audiência realizada nesta segunda-feira (18), a Comissão Especial da Câmara Municipal do Rio ouviu relatos contundentes sobre os impactos negativos do aluguel de curta temporada por plataformas digitais como Airbnb. A nutricionista Nara Sudo, moradora do Posto 6, foi a voz da revolta coletiva: “Há sete anos não tenho vizinho fixo. Vivo cercada por festas, estranhos sem identificação e uma sensação constante de insegurança.”

Prédios viram hotéis improvisados — e moradores pagam o preço

Segundo Nara, metade dos apartamentos do seu andar é destinada ao aluguel temporário. O resultado? Porteiros sobrecarregados e desviados de suas funções, regras internas ignoradas, e uma rotina marcada por barulho, insônia e até problemas de saúde como sinusite e dores de cabeça. “Não sou contra o turismo democrático, mas é preciso qualificar o turista e profissionalizar o serviço. Isso envolve vidas e precisa ter responsabilidade”, afirmou.

O risco do aluguel por temporada para os moradores de imóveis no Rio

Síndicos sob suspeita: conflito de interesses em pauta

Um dos pontos mais polêmicos levantados foi o papel dos síndicos. Nara alertou para possíveis conflitos de interesse, já que muitos são proprietários de múltiplas unidades e lucram diretamente com o aluguel por temporada. “Como confiar na fiscalização se quem deveria zelar pelas regras é também beneficiado pelo descumprimento delas?”, questionou. Ela propôs que síndicos, proprietários e moradores tenham voz nas decisões finais em casos de infração.

Projeto de Lei quer trazer ordem ao caos

O presidente da Comissão, vereador Salvino Oliveira (PSD), defendeu o Projeto de Lei nº 107/2025, que propõe regulamentar os serviços de intermediação e hospedagem de curta duração. “Não queremos acabar com o negócio, mas sim romper a falsa dicotomia entre turismo e moradia. É possível ter ambos, com segurança, respeito e regras claras”, declarou.

Em audiência na Câmara do Rio, moradores alertam para riscos e prejuízos causados por aluguéis de curta temporada

Medo de represálias silencia outros moradores

Salvino revelou que outras pessoas prejudicadas pelo modelo foram convidadas a participar da audiência, mas desistiram por medo de retaliações. A ausência reforça o clima de tensão e insegurança que se instalou em muitos prédios da cidade.

Próximos passos

Além de Salvino, participaram da reunião os vereadores Deangeles Percy (PSD), Talita Galhardo (PSDB) e Pedro Duarte (Novo), que integram o colegiado responsável por discutir o tema. A expectativa é que o debate avance para garantir que o turismo digital não continue atropelando o direito à moradia digna.



Conteúdo Original

2025-08-20 16:09:00

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