Ingerir placenta? Especialistas condenam ação de DJ famoso

Calvin Harris anunciou que encapsulou a placenta do filho para ingerir com a esposa aos poucos e afirmação gera polêmica Reprodução/Instagram/@calvinharris Calvin Harris comemorou a chegada de seu primeiro filho, Micah, com a esposa, Vick Hope, na última segunda-feira (4)


Calvin Harris anunciou que encapsulou a placenta do filho para ingerir com a esposa aos poucos e afirmação gera polêmica

Reprodução/Instagram/@calvinharris
Calvin Harris comemorou a chegada de seu primeiro filho, Micah, com a esposa, Vick Hope, na última segunda-feira (4)

O DJ Calvin Harris comemorou a chegada de seu primeiro filho, Micah, com a esposa, Vick Hope, na última segunda-feira (4), mas o que virou notícia na mídia não foi o nascimento do primogênito, mas sim, uma ação combinada dos pais. Ambos compartilharam que encapsularam a placenta da criança para ingerir aos poucos e o assunto foi um dos mais comentados na internet já que a prática é pouco utilizada e não indicada pela maioria dos médicos. O ato de ingerir a placenta ou aplicá-la no rosto já se tornou tão comum que ganhou uma terminologia pela Organização Mundial da Saúde (OMS): chama-se placentofagia. Embora seja uma prática popular e observada em algumas culturas, conforme apurado pelo portal Jovem Pan, ainda não há evidências científicas que comprovem seus benefícios.

Pelo contrário: o hábito pode colocar a saúde em risco. Segundo a doutora Janifer Trizi, ginecologista e médica integrativa, a prática não é recomendável. “Esse assunto vem sendo discutido há anos e diversos influenciadores vivem falando sobre isso. Eles se baseiam no fato de que a placenta acumula muitos nutrientes para mandar ao bebê durante a gestação, então associam que, ao utilizá-la em cápsulas ou colocá-la no rosto, haverá rejuvenescimento ou absorção de várias vitaminas. O que não necessariamente corresponde à verdade.”

A especialista explica que, por mais que a placenta seja responsável por nutrir o bebê durante a gestação, após o parto as ligações que transmitem essas propriedades são cortadas. Logo, o material biológico deixa de ser uma fonte de vitaminas e, como qualquer material orgânico, entra em processo de decomposição, podendo representar riscos. “A placenta tem um fim, que é nutrir o bebê. Mas, a partir do momento em que é retirada do corpo, ela não terá mais esse benefício, e o risco de contrair infecções cresce, porque as bactérias se proliferam e não conseguimos vê-las a olho nu”.

Com base em sua experiência na área da saúde, a doutora ainda reflete sobre o debate em torno do uso e consumo da placenta. Para ela, não se trata de opinião, mas sim de aguardar estudos científicos confiáveis. “Sempre haverá um grupo defendendo que existe comprovação científica e outro negando. O que sabemos hoje é que esse assunto costuma gerar discórdia e polêmica, e o grupo mais naturalista tende a acreditar nos supostos benefícios com base em conhecimento empírico”, pontua Janifer.

Farmacêutica opina sobre uso da placenta

Corroborando o discurso da ginecologista Janifer Trizi, a doutora Hérika Sanches, farmacêutica e sócia da Atual Phyto, afirma que encapsular placenta é uma prática sem comprovação científica e condenada pela comunidade profissional da saúde.

cta_logo_jp

Siga o canal da Jovem Pan Entretenimento e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

“Muitas pessoas estão colocando a placenta em cápsulas para ingerir, mas a realidade é que essa prática não tem fundamento científico nem eficácia comprovada. Em 25 anos atuando como farmacêutica, tenho acompanhado de perto que muito se fala sobre o assunto, mas pouco sobre os riscos elevados de contaminação pela ingestão. É preciso estar atento: infelizmente, mesmo que a empresa escolhida manipule a placenta de forma adequada, após a liofilização ela ainda pode conter microrganismos prejudiciais à saúde. Laboratórios sérios geralmente não realizam esse tipo de procedimento”, finaliza.





Conteúdo Original

Posts Recentes

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE