série da Prime Vídeo tem elementos de terror teen

A partir dos anos 1980, popularizou-se no cinema estadunidense um tipo de filme de terror em que um assassino perseguia e matava jovens que pertenciam a um mesmo grupo de amigos. Inúmeras produções beberam dessa fonte e, algumas delas, como


A partir dos anos 1980, popularizou-se no cinema estadunidense um tipo de filme de terror em que um assassino perseguia e matava jovens que pertenciam a um mesmo grupo de amigos. Inúmeras produções beberam dessa fonte e, algumas delas, como “Pânico”, seguem fazendo novas versões até hoje.

No fim de 2022, Moscow, uma pequena cidade universitária localizada no estado de Idaho, nos Estados Unidos, testemunhou uma tragédia digna de Hollywood. Quatro jovens amigos que frequentavam a universidade local foram mortos a facadas numa mesma noite. Estava armado um mistério que mobilizou a sociedade e a mídia, que buscavam entender quem teria cometido um ato tão atroz e quais as motivações desse(s) criminoso(s).

Dado o contexto em que esse crime chocante aconteceu, os cineastas Matthew Galkin e Liz Garbus, sabiamente, criam uma narrativa similar a um de um filme de terror adolescente esmiuçar essa tragédia na série documental “Uma Noite em Idaho: Os Assassinatos na Faculdade”, lançada recentemente pelo Prime Video. É essa esperteza de dar à série documental ares de um longa de terror que prende o espectador imediatamente e o faz mergulhar em questões pertinentes que a produção aborda ao longo dos episódios.

Sem pistas claras, a polícia não tinha ideia de quem teria motivo para cometer aquela chacina, o que abriu espaço para teorias malucas que se espalharam pelas redes sociais e apontaram inocentes como possíveis culpados. E esse é um dos pontos que “Uma Noite em Idaho” esmiuça em detalhes para fomentar um debate muito relevante e atual: a espetacularização de um crime e as consequências de transformar tragédias em narrativas passionais, quase ficcionalizadas.

A produção mostra claramente que, se não houver um cuidado da imprensa e da polícia com as informações que são divulgadas, as vítimas de uma matança não se restringem apenas a quem foi literalmente morto, mas também afeta inocentes que estão vivendo o luto. Muitas pessoas ligadas aos jovens mortos tiveram a reputação arranhada e ainda sofrem com problemas de saúde mental por causa das especulações feitas sobre a identidade do assassino.



Conteúdo Original

2025-08-11 06:35:00

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