O cantor Arlindo Cruz morreu nesta sexta-feira (8) aos 66 anos. Ele estava internado em um hospital no Rio de Janeiro após receber um diagnóstico de pneumonia. A informação foi confirmada pela família do artista.
Ícone do samba, Arlindo sofreu um acidente vascular cerebral hemorrágico em março de 2017, depois de passar mal em casa, e ficou quase um ano e meio internado. Desde então, ele lidava com as sequelas da doença e passou por várias internações. Além disso, o sambista também era portador de uma doença autoimune e precisava usar uma sonda alimentar.
Nascido no Rio de Janeiro em 14 de setembro de 1958, Arlindo Domingos da Cruz Filho era um dos cantores de samba mais conhecidos no Brasil. Ele também ficou famoso por tocar cavaquinho e banjo.
Carreira de sucesso
A trajetória de Arlindo Cruz na música começou em 1981, nas famosas rodas de samba do Cacique de Ramos. Foi nos anos 90 que ele se firmou, primeiro como compositor de sucesso e, em seguida, como vocalista no grupo Fundo de Quintal, ganhando grande projeção nacional.
A carreira solo, iniciada em 1993, marcou um ponto de virada, consolidando seu nome. O grande destaque veio com o DVD MTV ao Vivo: Arlindo Cruz (2009), que se tornou um fenômeno de vendas com 100 mil cópias.
Conhecido como um compositor “de mão cheia”, Arlindo também deixou sua marca no carnaval, com diversos sambas-enredo disputados em escolas de samba como Império Serrano, Acadêmicos do Grande Rio, Unidos de Vila Isabel e Leão de Nova Iguaçu.
O Império Serrano, escola de samba de coração do artista, publicou uma nota de pesar pela morte de Arlindo Cruz. Autor de 11 sambas-enredos da agremiação homenageou o artista no último ano de sua vida. O carro principal, que trouxe o artista à avenida, exibiu uma alegoria com uma escultura do homenageado usando uma coroa e tocando banjo.

A Câmara do Rio também publicou uma nota de pesar pela morte do artista.
“A Câmara Municipal do Rio de Janeiro manifesta profundo pesar pelo falecimento do cantor e compositor Arlindo Cruz, um dos maiores nomes do nosso samba e da cultura popular brasileira.
Carioca de coração e de origem, o poeta do samba dedicou sua vida à música, levando o nome do Rio e de suas tradições para o Brasil e o mundo. Sua obra inspirou gerações de sambistas e permanecerá viva na memória cultural da cidade.
O Parlamento carioca se solidariza com parentes, amigos e fãs de Arlindo, reafirmando o reconhecimento e a gratidão pelo legado deixado por esse artista incomparável”.