Micos-leões-dourados voltam à natureza
Na manhã desta sexta-feira (8), dois casais de micos-leões-dourados, apreendidos em precárias condições dentro de um veleiro em Togo, na costa ocidental da África, puderam voltar à Mata Atlântica do Rio de Janeiro, único habitat natural da espécie em todo o mundo. A soltura ocorreu no município de Macaé, mas o local não foi divulgado por motivo de segurança.
Eles foram vítimas do tráfico internacional de animais silvestres e estavam entre os 17 micos-leões-dourados apreendidos, em fevereiro de 2024, e repatriados pelo governo brasileiro. Outros três primatas morreram na ocasião.
Os micos ficaram sob os cuidados do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ). A seleção dos quatro indivíduos reintroduzidos e os protocolos necessários foram definidos por especialistas que fazem parte do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Primatas da Mata Atlântica e das Preguiças-de-coleira, coordenado pelo governo brasileiro (ICMBio).
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O monitoramento, com o apoio do GEF Áreas Privadas, será realizado pela equipe de metapopulação da Associação Mico-Leão-Dourado e pela Prefeitura de Macaé até que estejam totalmente readaptados ao ambiente natural.
Os micos foram soltos em pontos diferentes da mata para que tenham bastante espaço, afinal, em breve, a família estará bem maior. As duas fêmeas estão prenhas, e é comum entre a espécie o nascimento de gêmeos. Os demais animais apreendidos em Togo seguem no CPRJ e devem voltar à floresta em breve. Apenas cinco deles, que ficaram com sequelas, serão mantidos em cativeiro.
Micos foram apreendidos em Togo, na África, vítimas do tráfico internacional
Divulgação
Tráfico internacional
O tráfico de animais foi, no passado, uma das principais ameaças à conservação da espécie. Apesar dessa atividade ter sido significativamente reduzida nas últimas décadas, devido ao intenso esforço de conservação, infelizmente, nos últimos anos, voltou a ser registrada.
Em agosto de 2023, ano anterior ao resgate dos micos em Togo, em 2024, foram apreendidos sete micos no Suriname, após mobilização das autoridades locais. Os animais foram repatriados pelo governo brasileiro e recebidos pelo Zoológico Municipal de Guarulhos.
O resgate dos animais no Suriname e no Togo contou com a mobilização do Ministério das Relações Exteriores, Ministério do Meio Ambiente, Ibama, ICMBio, Polícia Federal e Freeland Brasil.
Já as entidades envolvidas no cuidado e soltura dos animais no habitat natural estão, além do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro/Inea e da Associação Mico-Leão-Dourado, as instituições ICMBio/CPB, Zoológico Municipal de Guarulhos, Zoológico de São Paulo e UENF.
Sobre a espécie
Os micos-leões-dourados estão ameaçados de extinção e são endêmicos da Mata Atlântica, mais precisamente das florestas de baixada do interior do estado do Rio de Janeiro. Um grande esforço de conservação com base na ciência vem sendo implementado pelo Brasil, com o envolvimento de muitas organizações nacionais e internacionais há mais de 40 anos.
Graças à iniciativa, a população silvestre aumentou de 200 para 4.800 indivíduos atualmente. Cerca de 150 zoológicos no Brasil e no exterior participam deste trabalho. Eles colaboram na implementação e manutenção de uma população de segurança, promovendo a diversidade genética da espécie.
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