O presidente Donald Trump
Jim Watson/AFP
A tarifa efetiva sobre as importações dos EUA deve ficar próxima de 22%, e é improvável que as taxas aplicadas a setores sensíveis e essenciais à segurança nacional sejam suspensas, informou o Centro de Geopolítica do JPMorgan Chase em relatório divulgado nesta quarta-feira (6).
Segundo o relatório, todos os partidos veem as tarifas como essenciais para fortalecer a base industrial dos EUA em setores estratégicos, como semicondutores e defesa, o que torna improvável uma reversão mesmo após o mandato do presidente Donald Trump.
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Embora parte do otimismo do mercado se baseie na ideia de que as tarifas funcionam principalmente como ferramenta de barganha política, o relatório aponta para um cenário comercial mais complexo.
Acordos comerciais recentes geraram expectativas de que a Casa Branca possa, eventualmente, adotar uma postura mais branda. No entanto, o relatório alerta que apostar em um retorno às políticas comerciais pré-Trump pode ser um equívoco.
“Seria um erro supor que os Estados Unidos retornarão a uma era de tarifas baixas e de busca por acordos abrangentes de livre comércio”, diz o relatório.
“Mesmo que o próximo presidente dos EUA apoie uma abordagem pré-2017 para a política comercial, ele enfrentará uma série de desafios para desfazer a estrutura tarifária do governo Trump.”
Com o tempo, as empresas também podem ajustar seus investimentos de forma a se adequar às novas regras, diminuindo a probabilidade de um retorno ao regime comercial anterior.
Um relatório divulgado no mês passado pelo JPMorganChase Institute estimou que a aplicação integral das tarifas universais anunciadas em 2 de abril poderia acrescentar até US$ 187,7 bilhões em custos diretos de importação para empresas de médio porte — valor mais de seis vezes superior ao das tarifas em vigor no início de 2025.
Tarifaço de Trump: taxas de 50% contra o Brasil entram em vigor nesta quarta-feira
Tarifas ao Brasil
Antecipadas em relação ao resto do mundo, as tarifas de 50% de Trump sobre produtos brasileiros começaram a valer nesta quarta-feira (6). Com isso, parte das exportações do Brasil pagará a taxa mais alta do mundo para entrar nos EUA.
No dia 30, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou um decreto que acrescenta 40% de tarifa sobre produtos brasileiros, elevando o total para 50%. A medida, porém, prevê uma extensa lista de exceções, incluindo suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes e produtos energéticos.
Segundo a Casa Branca, o decreto foi adotado em resposta a ações do governo brasileiro que configurariam uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”.
O anúncio confirmou o percentual já mencionado por Trump em carta enviada a Lula neste mês e declarou que a ordem executiva foi motivada por ações que “prejudicam empresas americanas e os direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos”, além de impactar a política externa e a economia do país.
A Casa Branca cita “perseguição política, intimidação, assédio, censura e processos judiciais” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, classificando essas ações como “graves abusos de direitos humanos” e um enfraquecimento do Estado de Direito no Brasil.
Como o g1 mostrou, as tarifas afetam exportadores de todos os portes, mas tendem a atingir com mais intensidade aqueles com menor margem para absorver os custos adicionais.
Segundo o Sebrae, micro e pequenas empresas — que representam 40% dos exportadores do país — já enfrentam pedidos suspensos, negociações paralisadas e clientes adotando a postura de “esperar para ver”.
Veja o que é #FAKE sobre o tarifaço de 50% de Trump contra o Brasil
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Proposta da prefeitura pode dificultar vida de quem tem valores a receber do município
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